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Universidade de Queensland
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Resumo
Na Austrália, uma resina magnética inovadora desenvolvida na Universidade de Queensland será testada em estações de tratamento de águas residuais com a finalidade de remover substâncias PFAS.
Trata-se de um projeto de três anos liderado por pesquisadores da Universidade de Queensland, que conta com um investimento de $ 7 milhões (cerca de R$ 24, 5 milhões) e o apoio de um consórcio de parceiros comerciais para demonstrar que a nova tecnologia pode remover PFAS de efluentes semissólidos.
Após o tratamento com a resina magnética, os resíduos poderiam ser reutilizados com segurança como composto livre de PFAS para aplicações agrícolas e paisagísticas.
As substâncias perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas (PFAS) – os chamados ‘produtos químicos para sempre’, que quase não se decompõem -são materiais químicos sintéticos usados em produtos de consumo e industriais devido à sua capacidade de resistir ao calor, manchas, gordura e água. As substâncias PFAS persistem no meio ambiente e têm sido associadas a uma série de potenciais problemas para a saúde humana.
Com foco neste desafio, uma resina magnética inventada na Universidade de Queensland, na Austrália, será testada em estações de tratamento de águas residuais com a finalidade de remover substâncias PFAS. Se o teste tiver sucesso, as águas residuais então poderão ser reutilizadas com segurança como fertilizante na agricultura.
A resina desenvolvida pelo Dr. Cheng Zhang, professor da Universidade de Queensland, já se mostrou promissora na filtragem segura e econômica de substâncias PFAS da água. O professor Zhang lidera um programa de pesquisa para remediação de PFAS no Instituto Australiano de Bioengenharia e Nanotecnologia da Universidade de Queensland.
Agora, o professor Cheng Zhang será o líder de um projeto de $ 7 milhões (cerca de R$ 24, 5 milhões) que envolve um consórcio de parceiros comerciais para demonstrar que sua resina magnética também pode remover PFAS de efluentes semissólidos.
Os pesquisadores planejam testar e melhorar o desempenho da resina em estações de tratamento australianas nos próximos três anos.
A Austrália já produz mais de um milhão de toneladas úmidas de biossólidos por ano para reabilitação de terras e agricultura. Mas o PFAS é tão disseminado que os biossólidos vendidos como fertilizantes ainda podem gerar preocupações ambientais e regulatórias. A beleza da nossa tecnologia reside, portanto, no seu duplo propósito: proteger o meio ambiente dos PFAS e salvaguardar o uso de composto e produtos agrícolas
“A Austrália tem cerca de 700 estações de tratamento de águas residuais e elas estão entre as últimas linhas de defesa que temos quando se trata de PFAS”, destacou o professor Cheng Zhang. “Mas remover completamente o PFAS não é uma tarefa simples”.
As tecnologias atuais de tratamento de resíduos para PFAS incluem pirólise e incineração em alta temperatura, ambas com alto consumo de energia e geradoras de poluentes secundários.
Este cenário pode mudar com a tecnologia desenvolvida em Queensland, em que a resina remove o PFAS por meio de uma técnica inovadora de troca iônica magnética que opera em temperatura ambiente.
Após o tratamento com a resina magnética do Dr. Zhang, os resíduos poderiam ser reutilizados com segurança como composto livre de PFAS para aplicações agrícolas e paisagísticas.
O Dr. Zhang afirmou que o objetivo do projeto é produzir um produto escalável que coloque a Austrália na vanguarda da gestão global de PFAS: “À medida que as regulamentações globais sobre descarte de PFAS se tornam mais rigorosas – especialmente na Europa e nos EUA – haverá uma necessidade crescente de soluções avançadas de remediação”.
“Nossa tecnologia não apenas melhorará a conformidade com os padrões internacionais, como também proporcionará acesso mais seguro a produtos para irrigação e manejo de terras”, concluiu o professor Zhang.
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Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Queensland (em inglês).