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Resumo
O câncer de pele não melanoma é atualmente o tipo de tumor maligno mais comum no Brasil, representando um sério problema de saúde pública. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 220 mil novos casos são esperados a cada ano.
A principal causa do desenvolvimento do câncer de pele está relacionada à exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV), proveniente do sol. Esse tipo de radiação é capaz de induzir alterações no DNA das células da pele, desencadeando mutações que podem levar à formação de tumores.
Para enfrentar essa situação, uma nova pesquisa, coordenada pela Dra. Josiane Alessandra Vignoli, professora do Departamento de Bioquímica e Biotecnologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), pretende encontrar alternativas inovadoras para combater os efeitos nocivos da radiação ultravioleta na pele.
A pesquisa tem foco no estudo dos ramnolipídios, moléculas biossurfactantes produzidas naturalmente pela bactéria Pseudomonas aeruginosa. Esses compostos se destacam por suas propriedades anfipáticas, ou seja, por apresentarem afinidade tanto por ambientes aquosos quanto lipídicos, o que viabiliza a capacidade de interagir com membranas biológicas.
A proposta do projeto é avaliar o potencial terapêutico dos ramnolipídios na proteção cutânea contra os danos induzidos pela radiação UVB, com ênfase na redução de processos inflamatórios e no controle do estresse oxidativo.
Os pesquisadores acreditam que essas moléculas podem atuar como moduladores das respostas imunes e antioxidantes da pele, promovendo uma ação protetora frente à agressão ambiental.
Para testar essa hipótese, o estudo será conduzido com o uso de camundongos sem pelo, que serão expostos à radiação UVB em condições controladas de laboratório.
A partir daí, amostras de pele serão coletadas e analisadas em busca de sinais clínicos e moleculares, como a formação de edema e a expressão de marcadores inflamatórios, além de indicadores de estresse oxidativo.
Os ramnolipídios serão aplicados de duas formas: tópica, por meio de formulações em pomadas ou cremes; e sistêmica, que permitirá comparar os efeitos de diferentes vias de administração na eficácia do tratamento.
Além de seu possível efeito protetor contra os danos da radiação UV, os ramnolipídios despertam interesse também pelo seu potencial sustentável. Por serem obtidos a partir de microrganismos cultivados em substratos renováveis, esses compostos oferecem uma alternativa natural e, possivelmente, menos tóxica em comparação com os produtos sintéticos tradicionais.
Outro destaque dos ramnolipídios é a sua estabilidade em formulações dermatológicas, o que amplia suas aplicações potenciais em medicamentos tópicos, produtos de cuidados pessoais e cosméticos.
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Acesse a notícia original completa na página do Portal O Perobal, da Universidade Estadual de Londrina.