Notícia com publicação científica
Prática de exercícios físicos pode afetar positivamente o tratamento do câncer de pulmão em várias dimensões
Pacientes com câncer de pulmão podem assumir postura ativa durante o tratamento realizando exercícios físicos
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15 de outubro de 2024, 07:47

Fonte

Universidade da Austrália Meridional

Publicação Original

Universidade da Austrália Meridional

Áreas

Cuidados Paliativos, Educação Física, Enfermagem, Fisioterapia, Gerontologia, Medicina, Oncologia, Psicologia, Saúde Mental, Terapia Ocupacional

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Resumo

Mesmo com sintomas como tosse, dor no peito e falta de ar, novas pesquisas têm destacado a importância da prática de exercícios físicos por pacientes portadores de câncer do pulmão.

Após um estudo de revisão da literatura científica, os pesquisadores destacaram a importância dos exercícios físicos, que podem ser acompanhados por toda a equipe multidisciplinar envolvida no tratamento.

Foco do Estudo

Revisar estudos científicos para avaliar a importância da prática de exercícios físicos por pacientes com câncer de pulmão e sua influência nos resultados de saúde.

Por que é importante?

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), considerando estimativas de 2023, o câncer de pulmão no Brasil é o terceiro mais comum em homens (18.020 casos novos) e o quarto em mulheres (14.540 casos novos) – sem contar o câncer de pele não melanoma.

O câncer de pulmão é o primeiro em todo o mundo em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Em mortalidade é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres segundo estimativas mundiais de 2020, que apontaram incidência de 2,2 milhões de casos novos, sendo 1,4 milhão em homens e 770 mil em mulheres.

Estudo

Em um estudo multicêntrico de revisão narrativa, pesquisadores apontaram os resultados positivos da prática de exercícios físicos durante o tratamento de câncer de pulmão.

Estiveram envolvidos no estudo pesquisadores das seguintes instituições na Austrália: Universidade Southern Cross, Universidade de Canberra, Universidade de Sydney, Universidade de Tecnologia de Sydney, Universidade Edith Cowan, Universidade Flinders, Universidade de Tecnologia de Queensland, Universidade Notre Dame Austrália, Universidade da Austrália Meridional, Instituto de Saúde Respiratória da Austrália, Universidade da Austrália Ocidental, Universidade de Queensland, Hospital Campbelltown Austrália, Universidade de Melbourne, Centro de Câncer Peter MacCallum, Universidade Griffith e Conselho de Câncer de Queensland.

Também participaram pesquisadores da Universidade de Caxias do Sul, no Brasil, e da Universidade de Pittsburgh, nos EUA.

A Dra. Kellie Toohey, professora da Universidade Southern Cross e autora principal do estudo, disse que para otimizar as intervenções de exercícios para pacientes com câncer de pulmão, uma abordagem integrada entre equipes de atendimento interdisciplinares é necessária: “Para facilitar essa integração, precisamos educar os profissionais de saúde e os pacientes sobre exercícios no tratamento do câncer de pulmão”.

Enquanto uma combinação de treinos aeróbicos e de resistência, de 2 a 5 vezes por semana, é frequentemente prescrita para pacientes durante todo o espectro do câncer , poucos pacientes com câncer de pulmão realizam exercícios físicos.

O tratamento do câncer de pulmão envolve uma ampla gama de profissionais de saúde – oncologistas, fisiologistas clínicos do exercício, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas – e todos devem trabalhar juntos para dar suporte ao paciente com exercícios

Dra. Kellie Toohey, professora da Universidade Southern Cross e autora principal do estudo

Resultados

O estudo mostrou que a prática de exercícios físicos por parte de pacientes com câncer de pulmão não só melhora a qualidade de vida e a eficácia do tratamento, como também aumenta as taxas de sobrevivência.

Examinando os efeitos do exercício em vários resultados de saúde associados ao câncer de pulmão, os pesquisadores desenvolveram recomendações para pacientes e profissionais de saúde, para apoiar os exercícios físicos antes, durante e depois dos tratamentos de câncer de pulmão.

Os pesquisadores disseram que o exercício pode ter resultados positivos para o paciente com câncer de pulmão nas seguintes dimensões:

  • Melhorando a qualidade de vida: programas de exercícios físicos demonstram melhorias no condicionamento físico, força e qualidade de vida para pessoas com câncer de pulmão antes, durante e depois do tratamento.
  • Reduzindo sintomas: Exercícios podem ajudar a controlar sintomas relacionados ao câncer, como fadiga, falta de ar e fraqueza muscular.
  • Reduzindo complicações pós-operatórias: programas de exercícios pré-operatórios podem levar à redução de complicações pós-operatórias e proporcionar estadias hospitalares mais curtas.
  • Aumentando o bem-estar: exercícios durante o tratamento podem ajudar os pacientes a manter a massa muscular, reduzir a fadiga e melhorar o bem-estar psicológico.
  • Aumentando o apetite: exercícios podem desempenhar um papel importante no controle da caquexia do câncer (uma complicação comum do câncer que faz com que você perca quantidades significativas de músculo esquelético e gordura corporal) e podem ser seguros para pacientes com metástases ósseas quando prescritos corretamente.
  • Aliviando sintomas avançados: exercícios podem ser benéficos até mesmo para pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado, ajudando a controlar os sintomas e melhorando a qualidade de vida.

“Ao destacar os benefícios mentais e físicos do exercício, esperamos que os pacientes possam ser capacitados para assumir um papel mais ativo em seu tratamento e recuperação, potencialmente transformando sua jornada de câncer de pulmão de resistência passiva para participação ativa na melhoria de sua saúde”, disse a professora Kellie Toohey.

“Exercícios regulares e personalizados podem ajudar a melhorar a condição física de um paciente, ajudando-o a tolerar melhor a demanda física de diagnóstico, cirurgia, tratamento e recuperação. Também pode melhorar muito a saúde mental de um paciente, ajudando a neutralizar sentimentos de depressão e ansiedade, tão frequentemente associados a um diagnóstico de câncer de pulmão”, concluiu o Dr. Ben Singh, pesquisador da Universidade da Austrália Meridional (UniSA).

Há um equívoco comum de que os pacientes com câncer de pulmão estão muito doentes ou frágeis para se exercitarem, principalmente porque sua doença afeta seus pulmões e respiração. Mas, ao contrário dessa crença, pesquisas mostram que exercícios podem ter muitos benefícios para pessoas com câncer de pulmão

Dr. Ben Singh, professor e pesquisador da Universidade da Austrália Meridional

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Autores/Pesquisadores Citados

Dra. Kellie Toohey

Professora da Universidade Southern Cross

Dr. Ben Singh

Pesquisador da Universidade da Austrália Meridional

Instituições Citadas

Publicação

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a revista científica Journal of Science and Medicine in Sport (em inglês).

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade da Austrália Meridional (em inglês).

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