
Pedro Amatuzzi, Inova Unicamp
Da esquerda para a direita: Dra. Patrícia Prediger, Dra. Carolina Picone e Ana Clara Troya Raineri Fiocco
Fonte
Adriana Arruda, Comunicação Inova Unicamp
Publicação Original
Áreas
Resumo
Uma nova tecnologia de aerogel à base de amido de batata doce foi desenvolvida na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) e na Faculdade de Tecnologia (FT) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Sem o uso de solventes orgânicos complexos e com uma produção rápida e simples, foi possível desenvolver o novo material, com potenciais aplicações no tratamento de poluentes, liberação controlada de bioativos em alimentos e fármacos e também como suporte para o crescimento de células, na área de engenharia de tecidos.
A tecnologia, cujo pedido de patente já foi depositado, está disponível para licenciamento através da agência Inova Unicamp.
Em um estudo liderado por pesquisadoras da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) e da Faculdade de Tecnologia (FT) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi desenvolvido aerogel à base de amido de batata-doce com potenciais aplicações em várias áreas, como na despoluição de águas, do ar e do solo, e também em engenharia de tecidos.
“O aerogel de amido de batata-doce baseia-se em um polímero natural e biodegradável, oferecendo uma alternativa viável a materiais sintéticos que geram impactos ambientais”, explicou a Dra. Carolina Siqueira Franco Picone, professora da FEA-Unicamp e uma das inventoras da tecnologia.
Outro grande diferencial da tecnologia é seu método de produção, que se destaca pela rapidez e simplicidade, sem a necessidade de solventes orgânicos complexos. “Muitos processos convencionais de produção de aerogéis envolvem a troca de solventes, utilizando etanol ou CO2, o que gera resíduos e demanda alto consumo energético. No nosso método, adotamos uma abordagem que permite reduzir etapas críticas do processo, com menor impacto ambiental e maior eficiência energética, resultando em um processo mais limpo e eficiente”, explicou a professora Carolina Picone.
O que torna [o material] ainda mais interessante é sua forma tridimensional: diferente de outros materiais adsorventes, que geralmente são encontrados em pó e exigem uma etapa de filtração após o uso, o aerogel pode ser facilmente removido do meio líquido sem necessidade desse processo, o que reduz custos e torna o tratamento da água mais eficiente. Além disso, ele não apresenta toxicidade, um fator essencial para garantir segurança ambiental e para o consumo humano
A Dra. Patricia Prediger, professora da FT-Unicamp e que também contribuiu para o desenvolvimento do novo material, explicou que os aerogéis podem atuar tanto por absorção quanto por adsorção, processos que diferem na forma como os poluentes são capturados. “Na absorção, o poluente é incorporado no interior do material, enquanto na adsorção ele adere à superfície. Isso permite que o aerogel seja usado não apenas para remover contaminantes da água, mas também do ar e do solo, seja capturando partículas e gases nocivos ou auxiliando na degradação química de poluentes”, destacou.
Além disso, a tecnologia – já testada em laboratório – tem grande potencial de uso em outras áreas: “Sua estrutura permite a liberação controlada de bioativos em alimentos e fármacos, além de servir como possível suporte para enzimas em diversos processos industriais. Outra aplicação promissora é como suporte para o crescimento de células, criando uma base tridimensional que favorece a adesão e a proliferação celular, beneficiando tanto os alimentos plant-based quanto a biomedicina”, exemplificou a professora Carolina Picone.
A invenção culminou em um pedido de patente com o suporte da Agência de Inovação Inova Unicamp e, atualmente, a tecnologia está disponível para licenciamento por empresas interessadas em usar o material em suas soluções para o mercado.
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