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Annabel Mansfield, Universidade da Austrália Meridional
Publicação Original
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Resumo
Em um estudo de revisão sistemática, pesquisadores analisaram os dados de quase 6000 adultos praticantes de corrida de longa distância para correlacionar a qualidade da dieta a resultados de lesões.
Os resultados mostraram que uma menor ingestão energética e de gordura e uma dieta pobre em fibras aumentaram o risco de lesões, especialmente em mulheres, enquanto a ingestão de proteínas, carboidratos e cálcio não influenciou o risco de lesões.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Sabe-se que uma nutrição adequada é fundamental para melhorar o desempenho esportivo, auxiliar na recuperação de doenças e melhorar a saúde geral.
Por outro lado, a prática de exercícios físicos mais exigentes, como corridas de longa distância, exigem mais do corpo e podem eventualmente causar lesões. Como a nutrição pode reduzir o risco destas lesões especificamente ainda levanta várias questões de pesquisa.
Estudo
Um estudo de revisão sistemática, conduzido por pesquisadores da Universidade da Austrália Meridional (UniSA) e da Universidade Macquarie, mostrou que uma nutrição adequada é fundamental para reduzir o risco de lesões durante a prática de corridas de longa distância, principalmente entre mulheres.
O estudo, publicado na revista científica Journal of Science and Medicine in Sport, considerou uma amostra de quase 6000 adultos praticantes de corrida de longa distância e os pesquisadores examinaram a relação entre dieta e lesões relacionadas ao exercício.
A nutrição é fundamental para otimizar o desempenho atlético, fornecendo energia, suporte à recuperação e prevenção de lesões necessárias para manter a resistência e a saúde geral. Muitos corredores de longa distância subestimam suas necessidades energéticas. Quando não se alimentam adequadamente, aumentam o risco de lesões
Resultados
Os pesquisadores descobriram que a menor ingestão energética e de gordura estava fortemente associada a um maior risco de lesões em corredoras.
O estudo também descobriu que uma dieta pobre em fibras aumentou a probabilidade de lesões por estresse ósseo em corredores do sexo feminino e masculino.
Especificamente, corredoras lesionadas consumiram 450 calorias a menos e 20 gramas a menos de gordura por dia do que corredoras sem lesões. Tanto corredores lesionados quanto corredores do sexo masculino consumiram três gramas a menos de fibras em sua dieta por dia, em comparação com aqueles que permaneceram sem lesões.
Por outro lado, a ingestão de proteínas, carboidratos e cálcio pelos corredores pareceu não influenciar o risco de lesões.
Erin Colebatch, nutricionista esportiva e doutoranda da UniSA, afirmou que a nutrição desempenha um papel fundamental na redução do risco de lesões: “Corridas de longa distância são uma atividade popular para muitas pessoas, ajudando-as a se manterem saudáveis e em forma. No entanto, cerca de 50% dos corredores adultos sofrem lesões relacionadas à corrida”.
A Dra. Alison Hill, pesquisadora sênior em Nutrição da UniSA, afirmou que nutricionistas e médicos precisam apoiar as corredoras para que alcancem a ingestão adequada de energia e gordura, destacando ainda a necessidade de otimizar o consumo de fibras.
“Quando os corredores não consomem energia suficiente, as necessidades do corpo não são atendidas e, com o tempo, isso pode levar a problemas como desmineralização esquelética, perda de massa magra, fadiga e fraturas por estresse”, destacou a Dra. Alison Hill.
“Embora esta pesquisa traga conhecimentos valiosos para corredores de todos os níveis, estudos adicionais são necessários para explorar como essas descobertas se aplicam a uma gama mais ampla de habilidades atléticas”, concluiu a pesquisadora da UniSA.
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