
Fonte
Craig Brierley, Universidade de Cambridge
Publicação Original
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Resumo
No Reino Unido, pesquisadores estão iniciando um estudo clínico controlado e randomizado para validar a aplicação da estimulação cerebral profunda no tratamento do vício grave em álcool e opioides.
Apesar do sucesso do uso da estimulação cerebral profunda para tratamento de alguns distúrbios neurológicos, este é o primeiro estudo clínico a considerar o uso da técnica para transtornos de dependência grave, que não puderam ser controlados por nenhum outro meio.
Embora já existam estudos de prova de conceito que sugerem que a Estimulação Cerebral Profunda (ECP) pode ser eficaz contra vícios, o novo estudo Brain-PACER é o primeiro grande estudo multicêntrico a usar a técnica para tratar o desejo e a recaída em vícios graves.
O estudo é uma colaboração entre a Universidade de Cambridge, o Kings College London (KCL) e a Universidade de Oxford, no Reino Unido, e o estudo clínico será realizado no Addenbrooke’s Hospital, em Cambridge, e no King’s College Hospital, em Londres. Atualmente a equipe de pesquisa está recrutando indivíduos com dependência grave de álcool ou opioides que estejam interessados em participar do estudo.
A ECP é um procedimento neurocirúrgico que fornece estimulação contínua ao cérebro e atua como um marcapasso cerebral para normalizar a atividade cerebral alterada. É bem tolerada, eficaz e amplamente usada para distúrbios neurológicos e transtornos obsessivo-compulsivos. Neste caso de tratamento de vícios graves, os eletrodos são colocados em áreas cerebrais envolvidas em recompensa, motivação e tomada de decisões.
A estimulação cerebral profunda é uma técnica cirúrgica poderosa que pode transformar vidas. Será um grande salto à frente se pudermos mostrar eficácia nesta doença muito difícil com enorme fardo para os pacientes e a sociedade
A Dra. Valerie Voon, pesquisadora chefe e professora do Departamento de Psiquiatria da Universidade de Cambridge, destacou: “Embora muitas pessoas que sofrem de dependência de álcool ou drogas possam, com o suporte certo, controlar seus impulsos, para algumas pessoas, sua dependência é tão grave que nenhum tratamento é eficaz. Sua dependência é extremamente prejudicial à sua saúde e bem-estar, aos seus relacionamentos e à sua vida cotidiana”.
“Evidências iniciais sugerem que a estimulação cerebral profunda pode ajudar esses indivíduos a controlar suas condições. Vimos o quão eficaz ela pode ser para outros distúrbios neurológicos, de Parkinson a TOC e depressão. Queremos ver se ela também pode transformar a vida de pessoas com dependência intratável de álcool e opioides”, continuou a pesquisadora.
O objetivo principal do estudo Brain-PACER é avaliar os efeitos da ECP para tratar a dependência de álcool e opioides em um estudo clínico randomizado e controlado.
Em última análise, o estudo visa desenvolver tratamentos eficazes para a dependência e entender os mecanismos cerebrais que impulsionam os transtornos de dependência.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Acesse a página do estudo Brain-PACER.
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Cambridge (em inglês).
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