
Marcelo Cavallari via Wikimedia Commons
Coco-babaçu.
Fonte
Amanda Cibelly, Sarah Dantas e Jáder Cavalcante, UFMA
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Resumo
Como alternativa às bebidas lácteas tradicionais que usam produtos de origem animal, pesquisadores do Maranhão estão em fase final de desenvolvimento de uma bebida probiótica criada a partir do coco-babaçu, fruto típico da região.
A opção pela fonte vegetal na criação da bebida inovadora viabiliza o consumo por pessoas com intolerância à lactose, além de valorizar a cadeia produtiva local do coco-babaçu.
Os pesquisadores esperam que o resultado alcançado, premiado recentemente, possa ser comercializado em breve, após ajustes de estabilidade e armazenamento.
Criar bebidas probióticas com base em ingredientes da biodiversidade brasileira tem sido o foco de estudos liderados pela Dra. Ana Lúcia Fernandes Pereira, professora do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), no campus de Imperatriz.
A equipe de pesquisa escolheu o coco-babaçu, um fruto típico do Maranhão, como base para uma nova geração de bebidas fermentadas, acessíveis a pessoas com intolerância à lactose ou que buscam opções vegetais. O fruto se destaca pelo valor nutricional e tem grande importância econômica e social na região, agregando valor à cadeia produtiva local.
A bebida, desenvolvida com Lactobacillus casei, promete oferecer benefícios à saúde, como as bebidas lácteas tradicionais, mas com a vantagem de ser livre de produtos de origem animal.
O processo de desenvolvimento, que inclui a produção de um extrato hidrossolúvel do coco babaçu e a mistura com polpas de frutas típicas da região, como caju e buriti, segue etapas rigorosas de fermentação.
A maioria das bebidas probióticas disponíveis no mercado são de origem animal, como os leites fermentados. Mas existem muitas pessoas que são intolerantes à lactose ou que simplesmente preferem evitar o leite. Então, pensamos em uma bebida fermentada que não fosse de origem animal, mas, sim, vegetal
A professora Ana Lúcia revelou que, apesar de alguns desafios iniciais, como a dificuldade de adquirir o coco-babaçu devido à sazonalidade, o processo está avançando conforme o esperado: “O coco-babaçu tem uma quantidade maior de gordura, o que, às vezes, pode dificultar a aparência do produto, mas não impede o crescimento do microrganismo que promove a fermentação”.
Atualmente estão sendo realizadas análises para melhorar o sabor e a aceitação do produto, com previsões de comercialização após ajustes de estabilidade e armazenamento. Para garantir a proteção da propriedade intelectual do projeto, foi realizado um registro de patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Além da inovação como bebida probiótica, o projeto ajuda a fortalecer a cadeia produtiva e contribui para o desenvolvimento sustentável da região. “Nosso objetivo é que a bebida chegue ao mercado e seja consumida por um público amplo, oferecendo não apenas uma alternativa alimentar, mas também um produto que valoriza nossa biodiversidade e fortalece a economia local”, concluiu a professora.
Recentemente, a pesquisa inovadora ganhou o 19º Prêmio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), na categoria Inovação Tecnológica.
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