
Janice Carr/CDC via Wikimedia Commons
Micrografia eletrônica de varredura da bactéria Streptococcus pneumoniae
Fonte
Camila Neumam, Instituto Butantan
Publicação Original
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Resumo
Como alternativa às vacinas existentes contra a pneumonia, que previnem contra alguns tipos de pneumococo, uma nova formulação inalável está sendo desenvolvida por pesquisadores do Instituto Butantan.
O imunizante é considerado de baixo custo por ser o único contra o pneumococo testado na forma inalatória, sem a necessidade de uso de refrigeração e agulhas.
Em vez de polissacarídeos de diferentes sorotipos do pneumococo conjugados com proteínas, a potencial vacina do Instituto Butantan utiliza fragmentos da proteína de superfície pneumocócica PspA (Pneumococcal Surface Protein A).
A pneumonia é a maior causa de morte por doenças infecciosas entre crianças menores de cinco anos, sendo responsável por 14% das mortes nesta faixa etária segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Diferentes microrganismos podem causar pneumonia e o pneumococo é responsável por mais da metade dos casos mais graves.
No Brasil, estão disponíveis as Vacinas Pneumocócicas Conjugadas VPC10, VPC13, VPC15 e a Vacina Pneumocócica Polissacarídica VPP23, que previnem contra 10, 13, 15 e 23 sorotipos de pneumococo, dentre os mais de 100 existentes. A VPC10 é indicada para crianças de dois meses até cinco anos e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). A VPC13 é indicada para crianças e adultos com mais de 50 anos, enquanto que a VPP23 é indicada para a população acima de 60, podendo ser utilizada em esquema vacinal em combinação com a VPC13.
Como nova alternativa nesse cenário vacinal, pesquisadores do Laboratório de Bacteriologia do Instituto Butantan estão desenvolvendo uma vacina em aerossol contra infecções causadas pela bactéria pneumococo (Streptococcus pneumoniae): pneumonia bacteriana, otite, meningite e sepse, entre outros quadros.
As formulações atuais são bem caras e complexas e têm proteção específica para alguns sorotipos. A ideia dessa vacina é que isso não ocorra, porque é uma vacina independente de sorotipo e com custo menor por não ter necessidade de purificar cada polissacarídeo dos diferentes sorotipos separadamente
A escolha por testar uma vacina com antígenos proteicos e não com base em polissacarídeos do pneumococo leva em conta uma possível maior cobertura comparada às VPCs e VPPs. Isto é, se a hipótese da pesquisa se comprovar, será possível ter uma maior cobertura contra pneumococos sem depender da necessidade da inclusão de mais sorotipos a cada nova composição.
O imunizante é considerado de baixo custo por ser o único contra o pneumococo testado na forma inalatória, sem a necessidade de uso de refrigeração e agulhas. Sua formulação mais simples também reforça o princípio de ser uma vacina de menor custo de produção, comparada àquelas já disponíveis.
A candidata vacinal é composta por nanopartículas contendo proteínas do pneumococo, composição diferente das vacinas pneumocócicas conjugadas, compostas por polissacarídeos de diferentes sorotipos do pneumococo conjugados com proteínas; e das vacinas polissacarídicas, que contêm polissacarídeos livres do pneumococo em sua composição.
A potencial vacina do Butantan utiliza fragmentos da proteína de superfície pneumocócica PspA (Pneumococcal Surface Protein A), considerada um dos antígenos proteicos mais promissores para o desenvolvimento de uma vacina contra infecções por pneumococo.
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