
Fonte
Rhiannon Koch, Universidade de Adelaide
Publicação Original
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Resumo
Em modelo animal, pesquisadores estudaram os efeitos da depleção transitória de células T reguladoras durante a morfogênese placentária.
Em laboratório, os pesquisadores mostraram a importância das células T reguladoras no fornecimento de sangue para a placenta, que é essencial para o crescimento e sobrevivência fetal.
As descobertas mostraram o papel importante do sistema imunológico na adaptação vascular na gravidez, abrindo caminho para novos tratamentos potenciais visando a disfunção imunológica para prevenir ou controlar complicações como a pré-eclâmpsia.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A gestação é uma fase em que muitas mudanças importantes acontecem no corpo para responder às necessidades do feto.
Com toda a complexidade da gestação, a ocorrência de complicações na gravidez – como a pré-eclâmpsia – pode prejudicar tanto a mãe quanto o desenvolvimento do feto.
Neste cenário tão sensível de formação de uma nova vida, é importante a compreensão de mecanismos que possam ser usados como alvos para tentar evitar ou reparar complicações e garantir uma gravidez saudável.
Estudo
Um estudo recente liderado por pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, com a participação de colegas da Universidade Flinders, também na Austrália, e da Universidade de Alberta, no Canadá, apontou um novo papel crítico para o sistema imunológico no suporte a gestações saudáveis.
As descobertas, publicadas na revista científica JCI Insight, trazem novo conhecimento sobre condições como a pré-eclâmpsia – um distúrbio grave da gravidez caracterizado por hipertensão e desenvolvimento placentário deficiente – que afeta de 2% a 8% de todas as mulheres grávidas.
Em um modelo avançado de camundongo, os pesquisadores demonstraram a importância das células T reguladoras (Treg) – um tipo especializado de célula imune anti-inflamatória – em permitir o suprimento de sangue saudável para a placenta, que é essencial para o crescimento e sobrevivência fetal.
Esta pesquisa destaca o quão essenciais essas células imunológicas são na orquestração das mudanças vasculares necessárias para dar suporte a uma gravidez saudável. Ela fornece insights valiosos sobre o mecanismo pelo qual a disfunção imunológica pode contribuir para complicações
Resultados
“Um equilíbrio alterado de células T foi implicado na pré-eclâmpsia, mas não está claro se e como as células Treg afetam a remodelação das artérias no útero, para dar suporte ao desenvolvimento da placenta”, disse a Dra. Alison Care, autora sênior do estudo e pesquisadora da Universidade de Adelaide.
A depleção transitória de células Treg durante a morfogênese placentária precoce causou remodelação prejudicada das artérias espirais deciduais, função alterada da artéria uterina e menos células assassinas naturais uterinas, resultando em perda fetal tardia da gestação e restrição do crescimento fetal.
As descobertas trazem luz sobre os mecanismos que ligam a tolerância imunológica adaptativa prejudicada e a remodelação alterada da artéria espiral, duas características marcantes da pré-eclâmpsia.
Mulheres com complicações na gravidez, como a pré-eclâmpsia, geralmente apresentam números reduzidos de células Treg, função placentária deficiente e inflamação elevada. A equipe de pesquisa demonstrou como uma deficiência em células Treg prejudica o suprimento sanguíneo da placenta, influindo no crescimento fetal e podendo levar à perda da gravidez.
A pesquisa também mostrou que a transferência de células Treg saudáveis no início da gravidez pode restaurar a função imunológica e vascular, prevenindo essas complicações.
As descobertas ressaltam as complexidades entre tolerância imunológica e adaptação vascular na gravidez, abrindo caminho para novos tratamentos potenciais visando a disfunção imunológica para prevenir ou controlar complicações como pré-eclâmpsia.
“Identificar novos alvos terapêuticos é crucial, não apenas para desenvolver intervenções eficazes que melhorem os resultados da gravidez, mas também para mitigar o risco de longo prazo de doenças cardiovasculares para as mães afetadas e seus filhos”, concluiu a Dra. Alison Care.
Atualmente, não há tratamentos disponíveis para interromper a progressão da pré-eclâmpsia. [E estes resultados da pesquisa] trazem esperança renovada para melhores tratamentos para ajudar milhões de mulheres em todo o mundo afetadas por complicações na gravidez, oferecendo um caminho para melhores resultados para mães e bebês
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Autores/Pesquisadores Citados
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Publicação
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