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Resumo
Uma pesquisa desenvolvida no estado do Amazonas mostrou que 78% das 170 amostras de carne de caça de animais silvestres coletadas em Coari (a 363 quilômetros de Manaus) estavam contaminadas com Mycobacterium leprae, bactéria que dá origem a hanseníase, além de outros patógenos que dão origem a outras doenças como a leishmaniose, doença de Chagas e toxoplasmose.
O estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e coordenado pela Dra. Waleska Gravena, professora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), teve como objetivo quantificar o número de animais silvestres mortos para alimentar a população no Médio Solimões e alertar sobre os riscos que esse consumo pode acarretar.
Foram coletadas amostras de tecido muscular de animais silvestres em feiras e com a população do município. O estudo conseguiu investigar a presença dos patógenos nas amostras de carne, utilizando diferentes primers para amplificação de DNA Barcode.
Durante a análise das amostras também foram identificadas sinais de contaminação de 68% das amostras de carne por Trypanosoma Cruzi (que causa a doença de Chagas), e 30% por Toxoplasma gondii (responsável pela toxoplasmose).
Os pesquisadores identificaram carne de caça de nove mamíferos: veado, anta, queixada, caititu, paca, cutia, tatu, capivara e peixe-boi. Destes animais, três (anta, queixada e peixe-boi) são espécies listadas no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) como vulneráveis à extinção.
A professora Waleska Gravena alertou a população sobre o consumo desses tipos de proteínas e reascende debates sobre a proliferação de doenças transmitidas por animais silvestres para pessoas.
“O estudo mostra os perigos que a população está correndo ao entrar em contato com animais silvestres. Estes animais são, em sua maioria, reservatórios de doenças, algumas já conhecidas, mas muitas que ainda necessitam estudos”, concluiu a pesquisadora.
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