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Resumo
A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, caracterizada por estado febril agudo que aparece rapidamente.
A doença possui quatro sorotipos, chamados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4, que podem causar a forma clássica da dengue ou evoluir para quadros graves como dengue hemorrágica ou comprometimento direto de vários órgãos como fígado, cérebro e coração.
Neste verão, uma das preocupações é o ressurgimento do sorotipo DENV-3 da dengue no Brasil após 17 anos sem circulação, o que pode levar a novos surtos da doença, já que a população não está imunizada contra essa linhagem específica.
Os sorotipos DENV-1 e DENV-2 continuam em circulação no país, e o Instituto Butantan já iniciou a produção do primeiro lote da vacina tetravalente.
“Começamos a fabricar os insumos de cada um dos quatro sorotipos do vírus. A produção é contínua, porque são quatro IFAS para compor o produto. Faz sentido adiantarmos essas etapas para, assim que obtivermos o registro, já termos doses rapidamente disponíveis para a população”, informou o Dr. Gustavo Mendes, diretor de Assuntos Regulatórios, Qualidade e Ensaios Clínicos do Instituto Butantan à Agência FAPESP.
O pedido de registro do imunizante foi feito à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro e a equipe do Instituto Butantan está otimista com a possibilidade de aprovação. A expectativa é que haja uma manifestação da agência reguladora até meados de março.
Os resultados do ensaio clínico da vacina contra a dengue do Instituto Butantan, publicados na revista científica New England Journal of Medicine em 2024, demonstraram uma eficácia geral da vacina de 79,6% ao longo de dois anos de acompanhamento: 89,5% para o sorotipo DENV-1 e 69,6% para o sorotipo DENV-2.
Apesar de ter sido desenvolvida para proteger contra todos os sorotipos, os pesquisadores não puderam avaliar a proteção contra o DENV-3 e o DENV-4 porque não tinham sido detectados casos envolvendo esses sorotipos no período do estudo.
A equipe envolvida no ensaio clínico fez uma série de testes in vitro e comparações entre os diferentes subtipos virais para extrapolar os dados de eficácia alcançados com os sorotipos 1 e 2 do vírus para os tipos 3 e 4 na apresentação dos resultados.
“A extrapolação é baseada na comparabilidade do tipo do vírus. Isso é um dado que é aceito na comunidade científica e pelas agências reguladoras. Já discutimos essas informações com a Anvisa previamente. Por enquanto, ainda não tivemos a formalização de um pedido da agência para um estudo específico [de fase 4] para analisar esses dois sorotipos, mas o acompanhamento pós-vacinação faz parte dos requisitos regulatórios no Brasil”, explicou o Dr. Gustavo Mendes.
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