Leitura rápida

Em estudo no Instituto Butantan, vacina BCG recombinante contra a tuberculose mostrou resposta duradoura em testes
27 de março de 2025, 16:12

Fonte

Aline Tavares, Instituto Butantan

Publicação Original

Áreas

Assuntos Regulatórios, Bacteriologia, Biotecnologia, Desenvolvimento de Fármacos, Engenharia Biológica, Estudo Clínico, Farmacologia, Imunologia, Microbiologia, Toxicologia, Vacinas

Compartilhar

Resumo

A tuberculose atinge cerca de 10 milhões de pessoas todos os anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), principalmente em países de baixa e média renda..

Aplicada no Brasil há 100 anos, a vacina BCG tradicional é altamente eficaz em crianças. No entanto, a queda da imunidade na vida adulta e o desenvolvimento de resistência nas bactérias têm motivado a busca por uma nova vacina contra tuberculose. No país, a incidência de casos em adultos é 6 a 8 vezes maior do que em crianças, segundo o Ministério da Saúde.

Recentemente, uma nova potencial vacina contra a tuberculose que vem sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan foi capaz de induzir uma resposta imune celular maior e mais duradoura do que o imunizante tradicional, o BCG (Bacilo de Calmette e Guérin).

Segundo resultados publicados na revista científica Frontiers in Immunology, a nova vacina gerou altos níveis de células de memória imunológica por até seis meses em testes com modelos animais.

O produto em estudo é um BCG recombinante, que consiste na inclusão de um adjuvante à vacina tradicional para potencializar sua eficácia. A candidata vacinal do Butantan é composta pelo BCG (a bactéria da tuberculose atenuada) junto com um fragmento da toxina LT da bactéria E. coli, denominado LTAK63. Essa substância é detoxificada e, portanto, segura para uso e incapaz de causar doença.

“O BCG recombinante induz a produção de vários tipos de célula de memória. Após seis meses, a vacina continuou protegendo da mesma forma, enquanto a resposta do BCG tradicional começou a cair”, disse a Dra. Luciana de Cerqueira Leite, pesquisadora do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto Butantan, que trabalha com BCG desde 1996. Células de memória são responsáveis por ‘lembrar’ o organismo do contato anterior com o patógeno – no caso, a bactéria – e promover uma rápida resposta em caso de infecção.

Além de durar pelo menos seis meses, a proteção com BCG recombinante foi superior: a candidata vacinal reduziu a infecção em 99% dos modelos analisados, enquanto o BCG tradicional reduziu a infecção em 90%.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisadora do Laboratório de Desenvolvimento de Vacinas do Instituto Butantan

Instituições Citadas

Publicação

Mais Informações

Leia também:

Rolar para cima