
Fonte
Adira Johnson, Universidade do Texas
Publicação Original
Áreas
Resumo
Em uma meta-análise de larga escala que considerou dados de mais de 411.000 adultos com 50 anos ou mais, pesquisadores descobriram que o uso de internet e dispositivos digitais pode ser um aliado contra o declínio cognitivo e a demência.
Segundo a pesquisa, a proteção resultante do uso da tecnologia foi comparável ou ainda mais forte do que fatores como atividade física e educação.
Foco do Estudo
Por que é importante?
O acesso à internet e o uso de computadores e smartphones para comunicação e socialização tem mudado a maneira como pessoas de todas as idades interagem, e o limite entre o que é e o que não é saudável permanece uma questão importante, em termos de uso dessas tecnologias.
Em pessoas idosas, o declínio cognitivo é natural e várias ações (ou a falta delas) podem colocar em risco a saúde mental. Até que ponto o uso de tecnologias pode afetar a saúde mental de idosos de uma maneira positiva, retardando o declínio cognitivo, é uma questão importante para a ciência.
Estudo
O uso de tecnologia parece beneficiar a saúde cognitiva de idosos, de acordo com uma meta-análise publicada na revista científica Nature Human Behavior. O estudo analisou dados de mais de 411.000 adultos com 50 anos ou mais e revelou que o uso de dispositivos digitais pode, na verdade, ajudar a proteger contra o declínio cognitivo e a demência.
“A geração que nos trouxe a revolução digital está agora chegando à idade em que os riscos de demência aparecem”, disse o Dr. Jared Benge, neuropsicólogo, professor do Departamento de Neurologia da Escola Médica da Universidade do Texas em Austin, nos EUA, e coautor do estudo.
O Dr. Michael Scullin, professor do Departamento de Psicologia e Neurociência da Universidade Baylor, nos EUA, também foi coautor da pesquisa.
Longe de causar ‘demência digital’, como alguns temiam, descobrimos que o uso de tecnologia está consistentemente associado a uma melhor saúde cerebral, mesmo após levar em conta educação, renda e saúde física
Resultados
A análise de 57 estudos mostrou que usuários de tecnologia tiveram menor probabilidade de comprometimento cognitivo e taxas reduzidas de declínio ao longo do tempo. Essas relações de proteção foram observadas no uso de computadores, smartphones e internet.
A proteção cerebral permaneceu significativa tanto em estudos curtos quanto em estudos longos, e a proteção resultante do uso da tecnologia foi comparável ou ainda mais forte do que fatores como atividade física e educação.
Assim como a educação e a aprendizagem ao longo da vida ajudam o cérebro a resistir a danos, o uso da tecnologia pode fortalecer a capacidade do cérebro de suportar mudanças relacionadas à idade, possivelmente por meio de múltiplos caminhos: desafiando a mente com novos aprendizados, mantendo conexões sociais e criando sistemas digitais que ajudam a compensar as alterações normais de memória relacionadas à idade.
“Nossos dados sugerem que incentivar pessoas idosas a se envolverem com a tecnologia, particularmente de uma maneira que ajude a desafiar, conectar e compensar problemas cognitivos, pode ser uma abordagem poderosa para promover a saúde cognitiva”, concluiu o professor Jared Benge.
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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Mais Informações
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