
Fonte
Noëmi Kern, Universidade de Basileia
Publicação Original
Áreas
Resumo
Na tentativa de reduzir os sintomas da TPM, pesquisadores realizaram um estudo open label em que foi oferecido placebo a 100 mulheres, enquanto outras 50 mulheres continuaram tratamentos anteriores.
Entre as 100 mulheres que receberam placebo – todas informadas que receberiam comprimido sem nenhum ingrediente ativo –, 50 receberam explicações adicionais da equipe médica sobre o tratamento.
Os resultados do estudo mostraram que o placebo aliviou os sintomas das participantes com e sem as explicações adicionais, mas o efeito foi maior em mulheres que receberam as explicações além do placebo. Nessas mulheres, a intensidade dos sintomas foi reduzida em até quase 80%.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Quase metade das mulheres em idade reprodutiva são afetadas pela síndrome pré-menstrual (ou tensão pré-menstrual, a TPM), podendo apresentar sofrimento físico e mental, dor abdominal, náuseas, alterações de humor e ansiedade nos dias que antecedem a menstruação.
Em geral, os médicos prescrevem medicamentos e suplementos para ajudar a aliviar os sintomas, desde remédios naturais e magnésio até antidepressivos e tratamentos hormonais.
Mas esses tratamentos nem sempre ajudam, e alguns deles têm efeitos colaterais como sonolência, náuseas, ganho de peso ou depressão, enquanto os tratamentos hormonais geralmente têm impacto negativo em pacientes que desejam ter filhos.
Estudo
Um estudo liderado pela Dra. Cosima Locher, pelo Dr. Jens Gaab e pela Dra. Antje Frey Nascimento, pesquisadores da Faculdade de Psicologia da Universidade de Basileia, na Suíça, investigou se preparações de placebo poderiam ajudar mulheres afetadas pela TPM.
O estudo teve a participação de pesquisadores do Hospital Universitário de Basileia e da Universidade de Zurique, na Suíça, e também da Escola Médica de Harvard, nos EUA.
Estudos já mostraram que placebos podem aliviar queixas físicas e psicológicas, mesmo se forem administrados em formato open-label – ou seja, quando os pacientes estão cientes de que estão tomando um comprimido sem nenhum ingrediente ativo.
Esse efeito dos placebos já foi demonstrado por estudos controlados randomizados relacionados à síndrome do intestino irritável, dor crônica e ondas de calor durante a menopausa, por exemplo.
Para descobrir se placebos também podem ajudar na TPM, os pesquisadores realizaram um estudo open-label com 150 mulheres entre 18 e 45 anos que foram moderadamente a severamente afetadas pela TPM.
As participantes do estudo não estavam tomando psicotrópicos e foram divididas aleatoriamente em três grupos de estudo de mesmo tamanho.
As participantes do primeiro grupo continuaram seus tratamentos anteriores. As participantes dos outros dois grupos receberam um placebo, foram comunicadas que estavam recebendo um placebo e puderam decidir por si mesmas se continuariam ou não seus tratamentos anteriores.
Um destes dois grupos placebo recebeu as pílulas de placebo sem nenhuma informação adicional, enquanto o outro grupo placebo foi informado das razões para usar o tratamento com placebo durante uma consulta com os pesquisadores que durou aproximadamente 20 minutos. As pílulas de placebo deveriam ser tomadas duas vezes ao dia durante seis semanas.
Os placebos são bem pesquisados, pois são usados em todos os testes de medicamentos. E eles não têm efeitos colaterais. Nosso cérebro aprendeu que se tomarmos algo regularmente, funciona – mesmo que não contenha nenhum ingrediente ativo
Resultados
O placebo aliviou os sintomas das participantes com e sem as informações explicativas adicionais, mas o efeito foi maior em mulheres que receberam as informações além do placebo. Nessas mulheres, a intensidade dos sintomas foi reduzida em até quase 80%.
Também houve uma redução na intensidade dos sintomas nos outros dois grupos de estudo, embora o menor efeito tenha sido observado em mulheres que simplesmente continuaram tomando seus medicamentos anteriores.
Os resultados mostraram que a administração de placebo foi uma intervenção segura, eficaz e aceita pelas pacientes com TPM, particularmente quando combinados com o fornecimento de informações adequadas.
O único problema é que os placebos até agora só foram usados em estudos clínicos. E mesmo com uma indicação inicial de sua eficácia, ainda faltam avaliações empíricas importantes relacionada ao seu uso na prática clínica, bem como uma base legal clara.
Os resultados foram publicados na revista científica BMJ Evidence-Based Medicine.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
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Acesse a revista científica BMJ Evidence-Based Medicine (em inglês).
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