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‘Supernanopartícula’ tem potencial para diagnosticar e tratar câncer
15 de abril de 2025, 19:20

Fonte

Secom UFG

Publicação Original

Áreas

Bioengenharia, Biomateriais, Biomedicina, Entrega de Medicamentos, Farmacologia, Farmácia Oncológica, Física Médica, Imagens Médicas, Indústria Farmacêutica, Medicina de Precisão, Nanotecnologia, Nanotecnologia Farmacêutica, Oncologia, Quimioterapia, Toxicologia

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Resumo

Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) apresentou uma nanopartícula que combina diagnóstico por imagem e terapia térmica, com potencial para tratar tumores como o melanoma (câncer de pele) e o glioblastoma (tumor cerebral).

“Podemos dizer que fizemos uma supernanopartícula”, destacou o Dr. Andris Bakuzis, professor do Instituto de Física da UFG e um dos autores do estudo.

Trata-se de uma estrutura formada por uma ‘casca’ esférica fluorescente, com cerca de 100 nanômetros, contendo partículas ainda menores à base de óxido de ferro em seu interior. Na membrana da nanopartícula são colocados fragmentos de células tumorais.

O sistema funciona como um nanocarreador biomimético: após ser injetada no organismo, a nanopartícula é guiada até o tumor de uma maneira mais fácil justamente por conter células semelhantes em sua estrutura. A ideia é que as supernanopartículas carreguem com elas substâncias terapêuticas (como as utilizadas em quimioterapia, por exemplo) para atuar diretamente no tumor.

Mas o diferencial do estudo da UFG está na capacidade de localizar e ativar essas supernanopartículas, já dentro do corpo, de forma não invasiva, por meio de ressonância magnética. Isso é possível justamente pela propriedade magnética das nanopartículas à base de óxido de ferro em seu interior, o que torna a supernanopartícula um agente de contraste, com a possibilidade de acompanhar seu caminho até o tumor.

Uma vez que as supernanopartículas sejam localizadas e ativadas, é iniciado o processo terapêutico. No estudo, foi aplicada  a terapia fototérmica (que usa o calor para destruir células tumorais).

A pesquisa demonstrou a eficácia do sistema em experimentos com camundongos. Foram testadas diferentes vias de administração da nanopartícula – intravenosa, intratumoral e intraperitoneal.

Em todos os casos, houve acúmulo significativo nos tumores. Segundo o professor, isso pode abrir caminho para estratégias ainda mais sofisticadas de entrega, inclusive com o uso de células do próprio sistema imune como transportadoras.

Segundo os pesquisadores, o modelo biomimético oferece potencial imunológico, ao carregar proteínas específicas das células tumorais. “Essa nanopartícula pode, inclusive, ser pensada como uma plataforma vacinal contra o câncer, já que estimula o sistema imunológico a reconhecer o tumor”, concluiu o professor Andris Bakuzis.

O estudo foi publicado na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces Journal.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor do Instituto de Física da UFG

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