
Prefeitura de Pelotas via Wikimedia Commons
Serviço de poda de árvore em decorrência aos danos causados pelo ciclone extratropical
Fonte
Luciana Constantino, Agência FAPESP
Publicação Original
Áreas
Resumo
Pesquisadores estão desenvolvendo um software que analisa dados de imagens 3D de árvores – obtidos a partir de escaneamento a laser que gera um modelo 3D constituído por pontos – e indica as melhores podas, para manter a saúde e a estabilidade da árvore.
O software, que potencialmente pode garantir podas que não comprometam a saúde da árvore, evitando quedas durante eventos extremos como temporais, poderá ser usado por prefeituras para orientar e melhorar o serviço de podas.
Normalmente, a poda de árvores em áreas urbanas é realizada dentro de um plano de manejo ambiental dos municípios para compatibilizar a estrutura do vegetal ao convívio humano, com foco na saúde da árvore, mantendo sua resiliência e equilíbrio. A definição de como será a poda em cada árvore é feita por técnicos ou profissional responsável pelo serviço, no limite de 30% da copa.
Para auxiliar este trabalho e torná-lo mais preciso, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) estão desenvolvendo um software que orienta com precisão a poda de árvores em áreas urbanas, reduzindo o risco de queda.
A tecnologia conta com um equipamento a laser que captura dados tridimensionais da árvore, que então alimentam um modelo computacional, cujos resultados orientam as localizações mais adequadas das podas.
O estudo envolveu pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), do Instituto de Biociências (IB-USP) e da Escola Politécnica (EPUSP), no âmbito do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito (RCGI) da USP.
As árvores, assim como outras formas na natureza, são estruturas otimizadas, que utilizam apenas o material essencial em sua configuração física. Se você faz uma poda errada, pode provocar fraqueza nessa estrutura. Com o software que desenvolvemos, conseguimos avaliar as deformações, até mesmo a deflexão das árvores devido aos ventos. Com isso, é possível ter um diagnóstico e orientar a poda de forma mais precisa
“O ser humano não tem a capacidade de fazer essa poda tão precisa como conseguimos usando o escaneamento com algoritmo. Ainda não calculamos o porcentual que o software é capaz de evitar de queda de árvores com a poda mais precisa, mas conseguiremos em breve”, afirmou o Dr. Marcos Buckeridge, professor do Departamento de Botânica do IB-USP e vice-diretor do IEA-USP.
Ao fazer a modelagem a partir das imagens obtidas pelo equipamento a laser, é possível chegar a uma espécie de ‘arquitetura’ da árvore – etapa que contou com a colaboração do Dr. Marcelo Zuffo, professor da EPUSP.
Na atual etapa de desenvolvimento do software, as análises foram realizadas através da copa. O grupo pretende agora inserir informações das raízes. “A metodologia abre uma perspectiva para fazermos novas simulações computacionais, customizadas para cada espécie e com outros tipos de dados. O método é escalável para mapear árvores de uma cidade toda”, destacou o Dr. Emílio Carlos Nelli Silva, professor da EPUSP e vice-diretor científico do RCGI.
De acordo com o Dr. Marcos Buckeridge, algumas prefeituras, entre elas a de São Paulo, já procuraram o grupo para viabilizar o uso do software: “Estamos conectando a ciência ao desenvolvimento da tecnologia para enfrentarmos as mudanças climáticas. Queremos aumentar a velocidade de análise do software e reduzir o custo. Isso abre caminho para startups que queiram ajudar no serviço. Quanto mais árvores tivermos melhor será a resiliência das cidades às mudanças climáticas”.
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