Leitura rápida
Fonte
Publicação Original
Áreas
Compartilhar
Resumo
Estudo liderado por pesquisadoras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em colaboração com pesquisadoras da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e também da Universidade de Córdoba, na Espanha, constatou que 72,5% das mulheres brasileiras jovens sofrem com sintomas vulvovaginais, como coceira, corrimento e dor durante o ato sexual.
O estudo transversal foi realizado de outubro de 2021 a agosto de 2022 com 313 voluntárias na faixa dos 30 anos e mostrou que, embora os sintomas afetem negativamente a qualidade de vida e a saúde sexual dessas pessoas, eles têm sido amplamente normalizados. Os dados foram publicados na revista científica Brazilian Journal of Physical Therapy.
Na avaliação da Dra. Ana Carolina Beleza, coordenadora do Núcleo de Estudos em Fisioterapia na Saúde da Mulher da UFSCar e coautora do artigo, há ainda um forte tabu em relação ao tema, o que leva muitas mulheres a subestimar o impacto desses sintomas na saúde, no cotidiano ou na vida sexual.
A contradição entre prevalência e consequências dos problemas vulvovaginais foi constatada na pesquisa. Isso porque, além de indagar se as participantes tinham os sintomas, o questionário incluía escores sobre o impacto deles em diferentes aspectos da vida.
“Mesmo mulheres que relataram dor durante o ato sexual avaliaram que o problema tem baixo impacto em suas vidas. Os escores utilizados para medir o impacto desse e de outros sintomas ficaram muito aquém do esperado, revelando uma normalização preocupante. É importante destacar que sentir dor durante o ato sexual não é normal e [a dor] deve ser investigada por meio de abordagens clínicas. A tendência de normalizar os sintomas vulvovaginais reforça a necessidade de mais educação em saúde íntima, seja nas escolas ou nos atendimentos de saúde”, destacou a Dra. Ana Carolina.
De acordo com os resultados, os sintomas mais relatados pelas voluntárias foram secreção vaginal (63%), coceira (54%), ardência (31%), secura vaginal (30%), odor vaginal (28%), irritação (27%) e dor no ato sexual (20%). Menos de 30% das participantes afirmaram não apresentar nenhum desses incômodos.
As questões relatadas podem ter causas diversas, como infecções, alterações hormonais, dermatológicas ou musculares. Embora tenham tratamento, elas podem afetar negativamente o bem-estar emocional e a função sexual e resultar em mudanças na autoconfiança e na vida social das mulheres.
Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Brazilian Journal of Physical Therapy (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Agência FAPESP.