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Resíduos sólidos já estão presentes em ninhos de aves em áreas costeiras protegidas no Rio de Janeiro
3 de junho de 2025, 12:03

Fonte

DCI, Unifesp

Publicação Original

Áreas

Ciência Ambiental, Ecologia, Geografia, Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Governança Ambiental, Monitoramento Ambiental, Saúde Ambiental, Sustentabilidade, Zoologia

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Resumo

Um novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) revelou um dado alarmante: mais da metade dos ninhos de aves em áreas costeiras do estado do Rio de Janeiro, inclusive dentro de unidades de conservação ambiental, contêm resíduos sólidos de origem humana.

A pesquisa, publicada na revista científica Marine Pollution Bulletin, identificou a presença de resíduos como plásticos, tecidos e vidros em 53,7% dos ninhos analisados.

Os cientistas analisaram 67 ninhos de 17 espécies diferentes de aves, localizados dentro e fora das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) de Massambaba e Serra de Sapiatiba, na região dos Lagos (RJ).

Em 10 dessas espécies, os ninhos apresentaram contaminação por resíduos sólidos. A espécie Pitangus sulphuratus (bem-te-vi) destacou-se negativamente, com 95% de seus ninhos contendo algum tipo de resíduo.

“Ficou evidente que os resíduos antropogênicos já são onipresentes, inclusive em áreas protegidas, teoricamente menos impactadas pela ação humana”, alertou o Dr. Ítalo Braga Castro, professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador da pesquisa.

A presença de materiais com plásticos e tecidos traz riscos significativos, como aumento da exposição a toxinas, risco de ferimentos e prejuízos ao sucesso reprodutivo das aves.

Além disso, materiais potencialmente perigosos, como cacos de vidro, foram encontrados em contato direto com ovos – como no caso do quero-quero (Vanellus chilensis), espécie que apresentou cinco tipos diferentes de resíduos em seus ninhos.

O estudo reforça a urgência da implementação de planos efetivos de gestão de resíduos nas APAs brasileiras, que atualmente carecem de ações concretas para lidar com o problema.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

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