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PUC-Chile
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Resumo
O Relatório Mundial sobre Drogas, publicado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), destacou a evolução preocupante do consumo de drogas sintéticas e seu alto impacto na sociedade.
O documento destaca que o mercado de drogas sintéticas está se expandindo rapidamente em nível global, devido aos baixos custos operacionais e aos riscos reduzidos de detecção nas rotas de tráfico.
Este cenário representa um custo enorme para indivíduos, comunidades e sistemas de saúde, trazendo demandas e desafios significativos para as políticas públicas.
“Uma nova era de instabilidade global está intensificando os desafios de lidar com o fenômeno global das drogas, fortalecendo grupos do crime organizado e catapultando o uso de drogas para níveis historicamente altos”, afirma o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) em seu recém-lançado Relatório Mundial sobre Drogas.
O documento faz referência, entre outras informações, às drogas sintéticas, enfatizando que, devido aos baixos custos operacionais e aos riscos reduzidos de detecção nas rotas de tráfico, o mercado de drogas sintéticas está se expandindo rapidamente em todo o mundo.
“O principal problema das drogas sintéticas é que elas são mais baratas, mais acessíveis e podem ser transportadas de forma mais rápida e econômica”, disse o Dr. Eduardo Valenzuela, diretor do Centro de Justiça e Sociedade da Pontifícia Universidade Católica do Chile (PUC-Chile) e professor do Instituto de Sociologia e da Escola de Governo da PUC do Chile. Isso as torna especialmente atraentes para os traficantes, mas também mais perigosas para os consumidores.
O professor também analisou a situação no continente: “A América Latina aumentou a produção de drogas na última década e, consequentemente, o mercado interno de drogas na América Latina também tende a crescer”. Embora a maconha continue sendo a droga mais usada, o crescimento na produção e no consumo de cocaína e substâncias sintéticas — como fentanil e metanfetamina — é particularmente alarmante. São substâncias que podem ser facilmente escondidas, distribuídas rapidamente e, ao mesmo tempo, causam dependência grave e alto risco de overdose.
São drogas mais potentes, que produzem efeitos intoxicantes muito significativos. A metanfetamina, o fentanil e, em algum momento, o ecstasy, são drogas que representam um desafio maior tanto em termos de consumo quanto de tráfico
O relatório das Nações Unidas destaca que os transtornos por uso de drogas representam um custo enorme para indivíduos, comunidades e sistemas de saúde. “Temos problemas com a oferta sempre insuficiente de programas de reabilitação, com programas de tratamento, e também temos problemas com a demanda por tratamento”, disse o professor Eduardo Valenzuela.
Nesse cenário, ainda há que considerar a falta de motivação que muitas pessoas têm para iniciar um processo terapêutico: “Uma parcela significativa da população com uso problemático de álcool ou drogas não quer tratamento, não recorre a esses programas e não tem interesse”, continuou o professor.
Intervenções precoces baseadas na comunidade podem ser uma porta de entrada valiosa para pessoas que não precisam de tratamento intensivo ou que, por vários motivos, não têm acesso a canais de atendimento formais. “Há pessoas que não precisam necessariamente de um tratamento com uma equipe completa, mas sim com ferramentas suficientes para superar isso”, disse o sacerdote diocesano Benjamín Ossandón, assessor da Pastoral da PUC-Chile e diretor da Pastoral Nacional do Alcoolismo e da Toxicodependência (PANAD).
O sacerdote também alertou sobre a falta de financiamento para enfrentar essa crise: “Acho que não há consciência do custo para o estado e para as empresas causado pelos problemas de dependência”. Ele ressaltou que os custos associados à saúde, licenças médicas e baixa produtividade são extremamente altos, mas há muito pouco investimento em recuperação.
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