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Rede internacional de pesquisa estuda como melhorar a saúde das ostras
9 de julho de 2025, 10:53

Fonte

Ana Paula Lückman, Agecom UFSC

Publicação Original

Áreas

Aquicultura, Biologia, Bioquímica, Biotecnologia, Ciência e Tecnologia de Alimentos, Farmacologia, Indústria Alimentícia, Pesca, Toxicologia, Zootecnia

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Resumo

Uma rede de pesquisa que envolve cientistas do Brasil, França e Chile está dando início a um grande projeto que visa melhorar a saúde das ostras.

O objetivo é identificar patógenos potencialmente envolvidos nas mortalidades desses animais no verão para ajudar a definir estratégias preventivas para o cultivo, alinhadas ao conceito de Saúde Única.

No Brasil, estão envolvidos pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e também da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A parceria ainda conta com pesquisadores da Universidade de Montpellier, Universidade Perpignan, Instituto Francês de Ciência Oceânica (IFREMER) e do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), na França; e da Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso (PUCV), Universidade Católica do Norte (UCN) e do Centro de Estudos Avançados em Zonas Áridas (CEAZA), no Chile.

No total, serão cerca de 30 pesquisadores envolvidos com as atividades nos três países. Além deles, a rede também vai contar com a participação de pós-doutorandos e alunos de mestrado e doutorado de cinco programas de pós-graduação da UFSC: Aquicultura, Biotecnologia e Biociências, Bioquímica, Farmácia e Ciências dos Alimentos.

As atividades serão organizadas no eixo de dois projetos internacionais de pesquisa: o EcoHealth4Sea – Consórcio Internacional em Saúde Única Aplicada a Ecossistemas Costeiros, financiado pelo CNRS, e o Sentinels – Saúde Ecológica em Ambientes Marinhos Costeiros Utilizados para o Cultivo de Ostras, financiado pelo Programa Capes/Cofecub.

A UFSC vai abrigar a sede brasileira da iniciativa, em um laboratório internacional que será estruturado no Centro de Ciências Biológicas.

O pesquisadores da UFSC vão desenvolver, nos próximos anos, uma série de coletas e análises de ostras cultivadas nas baías Norte e Sul, em Florianópolis, visando entender se as causas da mortalidade desses moluscos são equivalentes ao que já foi pesquisado pelos pares do estudo na Europa. Lá, as pesquisas mostraram que a principal causa da mortalidade de ostras no verão são infecções polimicrobianas conhecidas como Pacific Oyster Mortality Syndrome (POMS), tendo as bactérias do gênero Vibrio e o herpesvírus de ostra OsHV-1 como os principais agentes etiológicos.

A rede de pesquisa vai operar com intercâmbio de informações para verificar fenômenos comuns e identificar soluções para garantir a saúde das ostras, evitando prejuízos e propagação de patógenos que afetem outros organismos.

“Como se tratam de locais muito distantes e com condições ambientais diferentes, é possível que aqui tenha um cenário distinto, com a mortalidade ocorrendo por outros fatores infecciosos como vírus e bactérias diferentes dos encontrados na Europa, ou algum aspecto relacionado às mudanças climáticas”, considerou o Dr. Rafael Diego da Rosa, professor do Centro de Ciências Biológicas da UFSC.

O Brasil passou a ser o 13º maior produtor global de aquicultura em 2024 – atividade que engloba cultivo de moluscos, peixes, crustáceos e algas, entre outras espécies comerciais.

Em 2022, a produção mundial de pesca e aquicultura atingiu um recorde na produção aquícola de animais aquáticos, superando pela primeira vez a pesca de captura, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Para a entidade, a produção de alimentos via aquicultura vem sendo reconhecida como uma das soluções para melhorar a segurança alimentar e nutricional das populações, mitigar a pobreza e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico, em especial nas comunidades costeiras.

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