
Fonte
Felipe Mateus, Jornal da Unicamp
Publicação Original
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Resumo
Considerando dados demográficos, dados de saúde e dados climáticos e ambientais, pesquisadores apresentam uma nova plataforma que mostra os efeitos das mudanças climáticas sobre a saúde materna e perinatal.
Os resultados podem ser importantes para que gestores proponham políticas públicas que possam reduzir os possíveis efeitos negativos das mudanças climáticas sobre a gestação e a saúde de mães e bebês.
Uma nova plataforma de dados integrados, disponível a partir de dezembro, permite a visualização da relação entre o clima e a saúde materna e perinatal.
O novo recurso é resultado do Projeto Climaterna, desenvolvido por professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) no âmbito do Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial – Brazilian Institute of Data Science (BI0S).
Principalmente para pesquisadores, gestores públicos e formuladores de políticas públicas, a ferramenta pode oferecer subsídios para investigar e propor soluções em vista dos possíveis efeitos negativos das mudanças climáticas sobre a gestação e a saúde de mães e bebês. Mas a plataforma fica disponível para qualquer usuário.
Segundo o Dr. Rodolfo de Carvalho Pacagnella, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e coordenador do projeto, pesquisas internacionais indicam que fatores como ondas de calor e de frio, eventos extremos como fortes chuvas e a poluição do ar podem aumentar o risco de nascimentos prematuros e afetar a saúde perinatal e materna.
Por isso, o grupo propõe que a plataforma ofereça bases para um observatório permanente da relação entre o clima e a saúde materna e a dos bebês.
A emergência climática vai impactar a forma como vivemos, principalmente a vida das pessoas mais vulneráveis
Diversidade de dados
A criação da Plataforma Climaterna envolveu um trabalho de busca e curadoria de dados populacionais, climáticos e de saúde vindos de diversas fontes.
Os dados demográficos, entre os quais taxas de natalidade e mortalidade, idade, sexo e aspectos socioeconômicos, foram coletados junto a instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados de saúde, com indicadores de mortalidade materna, morbidade, prematuridade e complicações neonatais, foram obtidos do Ministério da Saúde e de sistemas de informação hospitalar.
Os dados climáticos e ambientais, como temperatura, índice pluviométrico, eventos extremos, poluição e qualidade do ar, foram requisitados junto a fontes como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
A partir da integração dos dados em uma mesma ferramenta, os cientistas conseguem mapear tendências e identificar padrões de vulnerabilidade e risco envolvendo as condições climáticas e a saúde materna e perinatal.
As informações, os mapas e os gráficos ficam disponíveis em um painel visual interativo, com acesso e navegação simples, sendo possível fazer o download dos dados brutos para aplicação em outras análises. “Queremos que pessoas leigas, que não possuem experiência em trabalhar com grandes volumes de dados, possam compreender o que os números dizem”, afirmou a Dra. Priscila Coltri, climatologista do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Unicamp.
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