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Resumo
Os enantiômeros, uma classe especial de moléculas chamadas quirais, são isômeros espelhados – mas não sobreponíveis – muito comuns na natureza e de extrema importância nas áreas de química, farmacologia e agricultura.
Recentemente, uma pesquisa colaborativa entre a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, nos EUA, mostrou uma solução promissora para o difícil processo de separação destas moléculas. O novo método, baseado em eletroquímica, é mais rápido, barato e sustentável em comparação aos métodos atuais.
“As maiores implicações para o uso de enantiômeros estão na indústria farmacêutica, onde um determinado enantiômero pode ser um fármaco enquanto o outro pode ser tóxico. Daí podemos compreender a importância na diferenciação dos enantiômeros e porque os métodos de separação de enantiômeros são importantes”, explicou o Dr. Fábio Zazyki Galetto, professor do Departamento de Química da UFSC e coautor do artigo publicado na revista científica Journal of the American Chemical Society (JACS).
O professor explicou que, devido à sua semelhança estrutural, os enantiômeros possuem propriedades físicas idênticas, o que inviabiliza a utilização da grande maioria dos métodos tradicionais de separação. Por outro lado, diferentes enantiômeros podem produzir respostas muito diferentes quando expostos a um ambiente quiral, como é o caso do organismo humano, o que torna ainda mais importante o processo de separação.
“Atualmente, a separação de enantiômeros é realizada principalmente por cromatografia quiral”, explicou o professor. Segundo o Dr. Fábio Galetto, embora eficaz, este método introduz uma série de desvantagens ao processo, incluindo alta demanda por recursos e insumos químicos, significativa geração de resíduos, além de ser um procedimento relativamente lento.
“A proposta apresentada neste artigo envolve um método eletroquímico que é muito mais rápido do que a cromatografia porque, diferente deste último, as etapas de equilíbrio necessárias para a separação podem ser alcançadas na ordem de milissegundos, pela aplicação de potencial elétrico ao sistema. Além disso, o método eletroquímico requer uma quantidade muito menor de insumos químicos quando comparado à cromatografia”, destacou o professor.
Os resultados indicaram que um excesso enantiomérico superior a 99% seria alcançável em apenas sete estágios teóricos, em um processo em cascata. “Uma vez implementada, seria uma alternativa mais simples e barata à atualmente praticada, propiciando maior agilidade e redução de custos ao processo de produção de enantiômeros”, concluiu o pesquisador, argumentando que, embora em estágio inicial, o estudo resultou em pedido de patente.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a revista científica Journal of the American Chemical Society (JACS) (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade Federal de Santa Catarina.
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