Leitura rápida

Pesquisadores estudam como vegetação sobrevive em solos contaminados pela mineração e sugerem estratégias de restauração das áreas degradadas
28 de maio de 2025, 10:05

Fonte

Universidade Politécnica de Madri

Publicação Original

Áreas

Ciência Ambiental, Ecologia, Engenharia Ambiental, Geociências, Geografia, Monitoramento Ambiental, Saúde Ambiental, Solo

Compartilhar

Resumo

O Grupo de Pesquisa em Prospecção e Meio Ambiente da Universidade Politécnica de Madri (UPM), em colaboração com pesquisadores da Universidade de Oviedo, na Espanha, realizou um estudo sobre o risco ecológico em uma antiga mina de arsênio e cobre localizada no norte da Espanha.

A pesquisa, publicada na revista científica Environmental Geochemistry and Health, examinou como as propriedades do solo e a disponibilidade de metais e metaloides influenciam a presença de vegetação neste ambiente extremamente poluído.

O complexo de mineração onde o estudo foi realizado está abandonado desde meados do século XX, deixando para trás solos com concentrações de arsênio e cobre até mil vezes maiores do que os níveis genéricos considerados seguros para as plantas. Apesar do alto nível de poluição, os pesquisadores observaram que algumas áreas mantêm cobertura vegetal, enquanto outras permanecem completamente áridas.

Esse aparente contraste é explicado por dois fatores principais: pH do solo e teor de matéria orgânica, que afetam diretamente a capacidade das plantas de absorver contaminantes presentes no solo. Nas áreas mais ácidas e com menor quantidade de matéria orgânica, como a área ao redor da antiga usina de processamento, os solos são particularmente inóspitos ao crescimento de plantas.

O estudo aplicou um modelo de avaliação de risco ecológico — conhecido como SLERA, Screening-Level Ecological Risk Assessment — adaptado às condições específicas do local.

Vinte e sete amostras de solo foram analisadas para avaliar tanto as concentrações totais quanto as frações que poderiam ser absorvidas pelas plantas (fitodisponíveis) de oito elementos potencialmente tóxicos (arsênio, cádmio, cobalto, cromo, cobre, níquel, chumbo e zinco).

Os resultados mostraram que, embora as concentrações totais de metais e metaloides sejam altas, sua disponibilidade para as plantas nem sempre é proporcional. Por exemplo, o cobre, essencial para o metabolismo das plantas em pequenas doses, atinge níveis tóxicos em muitas amostras, mas seu efeito varia dependendo das características do solo.

O grupo de trabalho conclui que as avaliações de risco ecológico devem integrar fatores locais, como a acidez do solo ou a presença de matéria orgânica, para entender melhor os efeitos sobre a vegetação.

Os resultados obtidos fornecem informações importantes para o planejamento de estratégias de restauração ambiental em áreas de mineração degradadas, destacando a necessidade de considerar não apenas os níveis de contaminação, mas também as condições específicas do solo do local.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Publicação

Mais Informações

Notícias relacionadas

Rolar para cima