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Pesquisadores desenvolvem nanopartículas capazes de guiar células CAR-T até tumores sólidos para destruir células malignas
27 de junho de 2025, 16:56

Fonte

Universidade Politécnica de Madri

Publicação Original

Áreas

Biologia, Biotecnologia, Engenharia Biológica, Imunologia, Imunoterapia, Medicina de Precisão, Nanotecnologia Farmacêutica, Oncologia, Terapia Celular

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Resumo

Nos últimos anos, o desenvolvimento de terapias baseadas na manipulação de células do sistema imunológico para aumentar sua capacidade de destruir células tumorais tem despertado bastante interesse da comunidade científica internacional.

Dentre esses tipos de terapias, uma das mais promissoras é a chamada terapia CAR-T (células T receptoras de antígenos quiméricos). Esse tipo de terapia tem apresentado resultados muito bons em certos tipos de câncer no sangue, como leucemia e linfoma. Entretanto, a terapia não tem sido igualmente eficaz em tumores sólidos, como os que afetam órgãos e tecidos.

Para melhorar a eficácia da terapia CAR-T em tumores sólidos, cientistas da Universidade Politécnica de Madri (UPM), do Hospital Infantil Universitário Niño Jesús, em Madri, e do Instituto de Saúde Carlos III (ISCIII), na Espanha, desenvolveram nanopartículas – chamadas protocélulas, pois têm uma composição semelhante à composição celular) – que atuam como um sistema de orientação para as células CAR-T.

As nanopartículas marcam precisamente as células malignas e mostram às células imunológicas o caminho a seguir, sem causar danos às células saudáveis.

O estudo – publicado na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces – mostrou que o uso dessas nanopartículas melhora significativamente a capacidade das células CAR T de encontrar e eliminar células de neuroblastoma, um tipo altamente agressivo de câncer infantil que afeta o sistema nervoso e para o qual atualmente não há tratamentos eficazes.

As nanopartículas inteligentes são capazes de navegar pela corrente sanguínea, acumulando-se preferencialmente na área do tumor e, uma vez lá, marcam seletivamente as células tumorais com uma molécula específica – a fluoresceína − que é reconhecida pelas células CAR-T, uma vez que as células T foram projetadas especificamente para detectar esse padrão molecular.

A eficácia do novo nanossistema foi testada em modelos tumorais que afetam os primeiros cinco anos de vida (neuroblastomas). Foi demonstrado que a administração do nanossistema melhora significativamente a capacidade das células CAR-T de reconhecer e destruir seletivamente células de neuroblastoma.

“Nossas protocélulas atuam como um sistema de orientação que indica o caminho que as células CAR-T devem seguir para erradicar o tumor sem afetar o restante das células saudáveis ​​do corpo”, disse o Dr. Alejandro Baeza, pesquisador da UPM que liderou o estudo.

Atualmente, os pesquisadores estão avaliando a eficácia desses sistemas em um modelo de neuroblastoma em camundongos, que imita com mais precisão o tecido tumoral. Espera-se que os resultados obtidos nesses ensaios permitam estudos clínicos em humanos dentro de 2 a 5 anos.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor da Universidade Politécnica de Madri

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