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Resumo
Fabrício Emanuel Soares de Oliveira abordou, em sua tese de doutorado desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a efetividade de vacinas contra a COVID-19 em grupos mais vulneráveis da população.
O estudo considerou pessoas com transtornos mentais graves, transtornos relacionados ao uso de álcool e tabaco e usuários de substâncias psicoativas, e mostrou que, embora a vacinação seja altamente eficaz, a proteção vacinal pode ser um pouco menor em grupos vulneráveis, o que exige atenção e cuidados especiais.
A pesquisa foi orientada pelo Dr. Hercílio Martelli Júnior e pela Dra. Daniella Reis Barbosa Martelli, professores da Unimontes, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) nos EUA.
Os pesquisadores analisaram dados de mais de 2 milhões de brasileiros hospitalizados por COVID-19 entre 2020 e 2023. Eles utilizaram informações do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), base de dados mantida pelo Ministério da Saúde do Brasil.
Entre os principais achados, o Dr. Fabrício de Oliveira destacou o impacto positivo da vacinação em pacientes com esquizofrenia. Esse grupo, antes da vacinação, apresentou um risco 65% maior de morte em comparação à população geral. No entanto, após a vacinação, especialmente com a dose de reforço, a proteção foi altamente eficaz, reduzindo significativamente o risco de morte e alcançando níveis próximos aos de pessoas sem o transtorno.
Entre pacientes com transtorno por uso de álcool, os resultados também mostram a importância da vacinação, embora o uso de álcool tenha um impacto negativo maior nos efeitos das vacinas, levando a uma proteção reduzida. Nesse grupo, a eficácia da vacina foi de 44,4% após a dose de reforço, enquanto na população geral chegou a 67,8%.
Pessoas que fazem uso exagerado de álcool apresentaram mais que o dobro do risco de morte, mesmo após três doses da vacina, evidenciando o impacto negativo do álcool na evolução da doença.
No caso dos tabagistas, o risco de morte por COVID-19 foi 20% maior em comparação com a população geral. Entretanto, após a vacinação completa, a proteção contra óbito foi semelhante entre fumantes e não fumantes. O estudo também observou que pessoas que combinam o uso de álcool e tabaco apresentam uma resposta vacinal ainda mais comprometida.
“Apesar de algumas diferenças nos níveis de proteção, a pesquisa reforça que as vacinas continuam sendo a principal ferramenta para salvar vidas, inclusive entre os grupos mais vulneráveis”, concluiu o Dr. Fabrício de Oliveira.
Os pesquisadores recomendam que indivíduos com transtornos mentais ou histórico de uso de substâncias psicoativas sejam prioritariamente incluídos em campanhas de reforço vacinal, monitoramento de sintomas e estratégias específicas de proteção, já que continuam a enfrentar maiores riscos e demandam atenção especial dos serviços de saúde.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Acesse a notícia original completa na página da Universidade Estadual de Montes Claros.
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