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Pele Humana
Fonte
Candy Gibson, Universidade da Austrália Meridional
Publicação Original
Áreas
Resumo
Em novo estudo de revisão, pesquisadores exploraram na literatura diversos biomateriais desenvolvidos especificamente para o tratamento de infecções em queimaduras graves, com esclarecimentos abrangentes e um resumo de tecnologias emergentes para potencial aplicação clínica.
Os pesquisadores destacaram que a nova geração de substitutos dérmicos tem potencial aprimorado para proteger e curar queimaduras complexas, ainda que continuem existindo limitações em termos de evitar infecções.
Neste sentido, ainda existem desafios para os futuros biomateriais inteligentes: melhorar o controle de infecções e promover a recuperação total com a ausência de cicatrizes.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Globalmente, cerca de 180 mil pessoas morrem de queimaduras a cada ano, e aproximadamente 10 milhões de pessoas são hospitalizadas. Estima-se que os custos de saúde em todo o mundo alcancem US$ 112 bilhões (cerca de R$ 630 bilhões).
Mesmo após décadas de progresso, tratamentos tradicionais- como enxertos de pele – frequentemente falham em proporcionar uma cicatrização ideal e o controle adequados de infecções, levando a internações hospitalares prolongadas e ao aumento dos custos com saúde.
Estudo
Em um estudo de revisão publicado na revista científica Advanced Therapeutics, pesquisadores da Universidade da Austrália Meridional (UniSA), da Universidade de Adelaide e do Royal Adelaide Hospital (RAH) exploraram os avanços mais recentes em substitutos dérmicos – biomateriais usados para substituir pele danificada – com foco específico no combate a infecções e no aprimoramento da regeneração tecidual após queimaduras graves.
A revisão traz novos conhecimentos sobre diversos biomateriais desenvolvidos especificamente para o tratamento de infecções em queimaduras graves, com esclarecimentos abrangentes e um resumo de tecnologias emergentes para potencial aplicação clínica.
De acordo com o Dr. Zlatko Kopecki e a Dra. Bronwyn Dearman, autores principais do estudo, a urgência em desenvolver soluções mais seguras e eficazes nunca foi tão grande.
Na revisão, os pesquisadores destacaram que, embora existam muitos produtos comerciais para substituir a pele, poucos oferecem proteção antimicrobiana integrada – um fator crítico, dada a vulnerabilidade das queimaduras à invasão bacteriana e à sepse.
As infecções são uma das principais causas de complicações e mortalidade em pacientes com queimaduras. Devemos inovar além dos métodos convencionais e desenvolver terapias que regenerem os tecidos e, ao mesmo tempo, previnam ativamente as infecções
Resultados
No artigo, os pesquisadores discutiram tecnologias emergentes, como o Kerecis, um novo enxerto de pele de peixe com propriedades antimicrobianas inerentes, e o NovoSorb BTM, uma matriz sintética biodegradável que resiste à colonização bacteriana sem depender de antibióticos.
Ambos os produtos representam uma nova geração de substitutos dérmicos com potencial aprimorado para proteger e curar queimaduras complexas.
O Kerecis é proveniente do bacalhau selvagem do Atlântico, capturado em um estoque de peixes sustentável nas águas da Islândia e processado com energia renovável. Destaca-se por reter ácidos graxos ômega-3 naturais, que possuem fortes efeitos antimicrobianos e promovem a cicatrização de feridas.
Ao mesmo tempo, a matriz exclusiva de poliuretano do NovoSorb BTM oferece resiliência estrutural mesmo em feridas infectadas, proporcionando uma estrutura adequada para a regeneração tecidual.
Os pesquisadores defendem que as próximas pesquisas integrem agentes antimicrobianos ativos diretamente em estruturas dérmicas tridimensionais que auxiliam o crescimento celular, reduzindo a dependência de antibióticos e curativos temporários.
Além do controle de infecções, a pesquisa aponta a ausência de cicatrizes como a futura fronteira do tratamento de queimaduras.
Ao combinar biomateriais inteligentes com terapias celulares, os cientistas buscam regenerar a pele, restaurando sua função completa – um resultado que pode revolucionar a recuperação de milhões de sobreviventes de queimaduras em todo o mundo.
[Os novos] materiais demonstram uma mudança em direção a terapias multifuncionais que combinam suporte estrutural com resistência às infecções
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Advanced Therapeutics (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade da Austrália Meridional (em inglês).
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