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Elton Alisson, Agência FAPESP
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Resumo
Um grupo de pesquisa liderado por pesquisadores brasileiros desenvolveu uma nova pele artificial bioimpressa em 3D que mimetiza melhor a pele humana.
A partir da incorporação da camada da hipoderme às camadas de epiderme e derme, o novo modelo 3D pode ajudar a reduzir estudos em animais em pesquisas nas áreas de medicamentos e cosmética, além de poder ser usada em desenvolvimentos específicos, como no caso de tratamentos para feridas em pessoas diabéticas.
Foco do Estudo
Por que é importante?
O desenvolvimento de uma estrutura completa compatível com as características da pele humana é importante para contribuir com a diminuição de estudos em animais, especialmente nas áreas de desenvolvimento de medicamentos e cosmética e também no tratamento de lesões, como feridas e queimaduras.
As opções de pele artificial desenvolvidas até agora têm como limitação o fato de que negligenciam a hipoderme – a camada mais profunda da pele e que exerce um papel fundamental na regulação de processos biológicos importantes, como a hidratação e a diferenciação celular.
Estudo
Pesquisadores brasileiros desenvolveram um novo modelo de pele artificial bioimpressa em 3D com características próximas às da pele humana.
Chamada Human Skin Equivalent with Hypodermis (HSEH), a nova estrutura poderá ser usada em estudos para o tratamento de doenças e lesões, como feridas e queimaduras, bem como no desenvolvimento de medicamentos e cosméticos, sem a necessidade de testes em animais.
O processo de produção da pele artificial, a partir de células-tronco e de células primárias, foi publicado na revista científica Communications Biology por cientistas do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, no Brasil, e também da Universidade do Porto, em Portugal.
Os pesquisadores usaram técnicas de engenharia de tecidos e bioimpressão 3D para construir um modelo de pele baseado em colágeno – que serve de matriz para a interação das células. Assim, eles conseguiram construir um equivalente de pele humana de espessura total e que também contém a hipoderme, de modo a criar um produto mais próximo do tecido humano real.
Conseguimos desenvolver um modelo de pele completa, com três camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme. Dessa forma, foi possível obter um modelo do órgão com características muito similares às do ser humano
Resultados
“Os resultados dos ensaios que realizamos mostram que a hipoderme é indispensável para modular a expressão de uma ampla gama de genes vitais para a funcionalidade da pele, como os relacionados à proteção e à regeneração do tecido”, disse a Dra. Ana Carolina Migliorini Figueira, pesquisadora do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) do CNPEM e coordenadora do projeto.
O LNBio produzirá a pele para estudos próprios, mas poderá produzir o material para instituições de pesquisa parceiras. A ideia é auxiliar no desenvolvimento de enxertos para tratamento de ferimentos e queimaduras.
Os pesquisadores do LNBio pretendem vascularizar o modelo de pele humana in vitro em três camadas para criar uma versão que mimetize as características de pele de pessoas com diabetes, que podem ter ferimentos de difícil cicatrização, com risco de amputação de membros.
Esse novo modelo de pele 3D com a camada de hipoderme fornece uma plataforma in vitro mais precisa para a modelagem de doenças e estudos toxicológicos
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
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