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Novo teste pode contribuir para diagnósticos mais precisos de TDAH em adultos

Fonte

Eivind Torgersen, Universidade de Oslo

Publicação Original

Áreas

Atenção Primária, Estudo Clínico, Neurociências, Neurologia, Psicologia, Psiquiatria, Saúde Mental, Saúde da Criança

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Resumo

Até o momento, a maioria das pesquisas sobre TDAH tem se concentrado principalmente no TDAH em crianças e adolescentes. Mas nos últimos anos, houve um aumento repentino no número de diagnósticos de TDAH entre adultos.

“Na área da saúde, usamos o conhecimento que temos sobre crianças e generalizamos sobre adultos. Isso se reflete no sistema formal de diagnóstico. Os critérios que usamos para avaliar os sintomas ao diagnosticar o TDAH ainda dizem respeito ao comportamento infantil”, disse a Dra. Venke Arntsberg Grane, líder do Departamento de Neuropsicologia do Helgeland Hospital Trust, na Noruega.

Mas pode haver diferenças significativas nos sintomas e suas manifestações comportamentais em adultos em comparação com crianças com TDAH.

Em um estudo em andamento na Universidade de Oslo, na Noruega, pesquisadores buscam compreender melhor o transtorno e contribuir para métodos diagnósticos mais precisos. Um fenômeno que eles vêm examinando é a divagação mental espontânea.

A divagação mental não é necessariamente negativa, nem afeta exclusivamente pessoas com TDAH. Pelo contrário, pode ser benéfica para o cérebro alternar entre o foco em estímulos externos e uma orientação mais interna. Mas, em relação aos estudos ou ao trabalho, por exemplo, pode ser uma desvantagem significativa.

Então, os pesquisadores projetaram experimentos para documentar a divagação mental. Eles querem saber quão significativas são as diferenças entre adultos com e sem TDAH, e se um teste de divagação mental pode ser potencialmente incorporado como parte de ferramentas de diagnóstico.

Os participantes do estudo usaram um capacete de EEG com 64 eletrodos para medir a atividade elétrica do cérebro, além de sensores nas palmas das mãos para registrar a atividade muscular e, à frente deles, uma câmera para monitorar os movimentos dos olhos e as pupilas. Os participantes tiveram então que realizar tarefa entediante para os pesquisadores observarem a conexão entre a atividade cerebral e o comportamento.

Os experimentos estão confirmando a hipótese de maior divagação mental entre pessoas com TDAH. “Observamos isso no nível cerebral, mas também no desempenho de tarefas. [Os participantes com TDAH] não realizaram a tarefa tão bem quanto os [indivíduos] controles saudáveis. Além disso, relataram mais divagação mental espontânea do que o grupo controle”, disse a Dra. Anne-Kristin Solbakk, professora de Neuropsicologia na Universidade de Oslo.

“O padrão de ondas cerebrais é semelhante entre pessoas com TDAH e o grupo de controle, mas há uma diferença na intensidade dos sinais. Encontramos uma correlação significativa entre as medições cerebrais e o desempenho em tarefas”, continuou a professora.

Agora, os pesquisadores precisam continuar a pesquisa  antes que os testes de divagação mental possam ser potencialmente usados para diagnosticar o TDAH.

“Nosso objetivo principal é contribuir para uma maior compreensão e melhores diagnósticos para adultos e idosos, mas também é nosso objetivo que os métodos possam ser usados ​​para desenvolver mais opções de tratamento para os pacientes”, concluiu a Dra. Venke Grane.

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Autores/Pesquisadores Citados

Líder do Departamento de Neuropsicologia do Helgeland Hospital Trust
Professora de Neuropsicologia na Universidade de Oslo

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