
M. Oktar Guloglu via Wikimedia Commons
Linhagem celular de pré-adipócitos PA6 completamente diferenciada em adipócitos (Imagem apenas ilustrativa. A imagem não pertence a esta pesquisa).
Fonte
Cláudia Azevedo e Olga Magalhães, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
Publicação Original
Áreas
Resumo
A partir de um novo modelo in vitro capaz de reproduzir o envelhecimento precoce e acelerado que acontece no tecido adiposo em condição de obesidade, pesquisadores da Universidade do Porto, em Portugal, conseguiram demonstrar a importância do Cobre sobre esse envelhecimento celular prematuro.
O estresse oxidativo induzido pelo Cobre e o consequente acúmulo de biomoléculas danificadas, além da diminuição da eficácia dos sistemas de reparo e degradação, contribuem de maneira importante para o fenótipo do envelhecimento.
Com esses resultados, os pesquisadores agora pretendem encontrar novos alvos terapêuticos e farmacológicos que consigam reverter a disfuncionalidade do tecido adiposo envelhecido prematuramente.
Foco do Estudo
Estudo
Um estudo desenvolvido na Universidade do Porto, em Portugal, demonstrou que níveis elevados de cobre podem induzir envelhecimento prematuro em pré-adipócitos, células associadas à obesidade.
A pesquisa envolveu professores e pesquisadores da Faculdade de Medicina, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, do Instituto de Biologia Molecular e Celular e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto. Os resultados foram publicados na revista científica Biochimica et Biophysica Acta (BBA) – Molecular Cell Research.
No estudo, os pesquisadores desenvolveram um novo modelo ‘in vitro’ que permitiu mimetizar o envelhecimento precoce e acelerado que ocorre no tecido adiposo em uma situação de obesidade.
O modelo usa concentrações mais elevadas, mas subtóxicas, de cobre, simulando o que acontece no envelhecimento e na obesidade, em que há uma alteração na capacidade de absorção do cobre pelo organismo, aumentando sua concentração no sangue e no tecido adiposo, o que contribui para a disfuncionalidade e para o envelhecimento das células.
A obesidade equivale a um envelhecimento acelerado e prematuro do tecido adiposo, que passa a acumular mais células senescentes
Resultados
“A obesidade equivale a um envelhecimento acelerado e prematuro do tecido adiposo, que passa a acumular mais células senescentes. Estas células são maiores e mais alargadas, não apresentam capacidade de divisão/replicação, embora não estejam mortas, e libertam várias substâncias, nomeadamente moléculas pró-inflamatórias, que comprometem a função do tecido adiposo”, explicou a Dra. Alexandra Gouveia, professora da FMUP.
“Uma vez que o tecido adiposo se comunica com muitos órgãos, ao combater a sua disfuncionalidade poderemos prevenir várias doenças” explicou a professora, lembrando que a obesidade está associada a uma série de patologias, como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.
Os pesquisadores concluíram que o estresse oxidativo induzido pelo Cobre e o consequente acúmulo de biomoléculas danificadas, bem como a diminuição da eficácia dos sistemas de reparo e degradação, como o reparo do DNA e a proteólise pelo proteassoma, certamente contribuem para o fenótipo do envelhecimento.
Ao conseguir reproduzir em laboratório um processo semelhante ao envelhecimento precoce do tecido adiposo na obesidade, um dos objetivos dos pesquisadores agora é encontrar novos alvos terapêuticos e farmacológicos que consigam diminuir a acumulação de células senescentes e, assim, reverter a disfuncionalidade do tecido adiposo envelhecido prematuramente.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Publicação
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Acesse a revista científica Biochimica et Biophysica Acta (BBA) – Molecular Cell Research (em inglês).
Mais Informações
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