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Novo cluster de inovação farmacêutica na Alemanha pretende explorar ácidos nucleicos e revolucionar pesquisas na área
27 de maio de 2025, 09:23

Fonte

Universidade Técnica de Munique

Publicação Original

Áreas

Bioinformática, Biologia, Biomedicina, Bioquímica, Biotecnologia, Desenvolvimento de Fármacos, Engenharia Biológica, Entrega de Medicamentos, Farmacologia, Farmácia Clínica, Farmácia Oncológica, Genética, Genômica, Imunologia, Indústria Farmacêutica, Nanotecnologia Farmacêutica, Proteômica, Toxicologia

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Resumo

A Universidade Técnica de Munique (TUM), a Universidade Ludwig Maximilians (LMU) e a Universidade de Würzburg, na Alemanha, estão iniciando uma nova colaboração com a criação do novo Cluster de Excelência NUCLEATE para explorar as funções e a regulação dos ácidos nucleicos.

“Os cientistas conhecem o RNA há muitas décadas. Também sabemos há muito tempo que diversas moléculas de RNA desempenham papéis fundamentais no desenvolvimento de doenças. Mas agora, chegamos a um ponto em que podemos direcionar terapeuticamente essas moléculas. Combinado com a tecnologia CRISPR, isso abre possibilidades inteiramente novas”, disse o Dr. Stefan Engelhardt, porta-voz do cluster e professor de Farmacologia e Toxicologia na TUM.

Além de buscar conhecimentos fundamentais, os pesquisadores também visam desenvolver novas terapias baseadas nos ácidos nucleicos – lançando as bases para a medicina do futuro.

“A classe mais importante [de medicamentos] até agora tem sido a de pequenas moléculas que se ligam a proteínas no corpo – desde aspirina até terapias contra o câncer. Desde a década de 1980, também temos os chamados biológicos, incluindo anticorpos produzidos artificialmente. Estes também se ligam a proteínas”, destacou o professor Stefan Engelhardt.

Já os medicamentos à base de ácido nucleico agem de uma maneira um pouco diferente, com um ‘relacionamento indireto’ com as proteínas: “Embora afetem as proteínas, o fazem indiretamente, regulando especificamente os genes ou os precursores de RNA das proteínas. Por exemplo, ao se ligarem ao RNA, podem impedir a produção de certas proteínas. Por outro lado, é possível introduzir o modelo de uma proteína específica no corpo, como é feito com as vacinas de mRNA”, explicou o Dr. Stefan Engelhardt.

Além disso, o pesquisador destacou ainda uma limitação importante dos medicamentos atualmente disponíveis: “Atualmente, existem menos de 3.000 medicamentos aprovados, e eles têm como alvo apenas aproximadamente 600 das cerca de 20.000 proteínas do corpo humano. Isso significa que as classes de medicamentos convencionais não conseguem atingir um grande número de mecanismos biológicos. Com a capacidade de inibir RNAs, em princípio, podemos influenciar praticamente qualquer proteína”.

Por outro lado, a entrega dos medicamentos à base de ácido nucleico ainda continua um desafio, que deve concentrar as pesquisas nos próximos anos.

“Levar o medicamento com segurança e precisão até a parte do corpo onde é necessário está longe de ser trivial – e este é o principal obstáculo que impede a adoção generalizada de terapias com ácido nucleico. Mas mesmo aqui, estamos vendo grandes progressos. Por exemplo, desenvolvemos um composto que é seletivamente absorvido por células imunes específicas, onde tem como alvo um microRNA e pode prevenir eficazmente danos teciduais na inflamação pulmonar”, disse o professor.

“Espero que, nos próximos dez anos, vejamos o surgimento de uma terceira grande classe de medicamentos: os terapêuticos à base de ácido nucleico”, concluiu o professor Stefan Engelhardt.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professor de Farmacologia e Toxicologia na Universidade Técnica de Munique (TUM)

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