
Fonte
Rhiannon Koch, Universidade de Adelaide
Publicação Original
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Resumo
Uma nova técnica desenvolvida na Austrália pode trazer melhor qualidade de vida a pessoas com dores no ombro, que sofreram algum tipo de lesão no manguito rotador.
Com novos materiais e intervenção artroscópica, os pesquisadores conseguiram restabelecer a estabilidade da articulação do ombro e cessar os sintomas da maioria dos pacientes envolvidos no estudo.
A nova abordagem combina as potenciais vantagens biomecânicas e biológicas de uma técnica de reparo transósseo com os benefícios da abordagem cirúrgica artroscópica de menor morbidade.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Lesões no manguito rotador – um conjunto de músculos e tendões envolvidos na articulação do ombro (entre úmero e escápula) – são comuns e podem causar dores e limitações de movimentos articulares.
Só na Austrália, são realizados cerca de 10 mil reparos do manguito rotador por ano, e números recentes mostram que as taxas de falha ou de novas rupturas podem chegar a valores entre 40% e 60%.
Estudo
Para o restabelecimento da estabilidade da articulação do ombro em casos de lesões, uma nova técnica chamada de âncora transóssea sem nós (ATOK) funciona fixando o tendão rotador através do osso, em um procedimento parecido com o reparo aberto tradicional, mas usando artroscopia para inserir a ancoragem.
A nova técnica e os novos materiais foram projetados pelo Dr. Michael Sandow, professor e pesquisador do Centro de Pesquisa Ortopédica e Traumatológica (COTR) da Escola de Medicina da Universidade de Adelaide e fabricados na empresa australiana Signature Orthopaedics.
Os pesquisadores analisaram os resultados clínicos e radiográficos após os reparos artroscópicos do manguito rotador com a ATOK em uma coorte de 15 pacientes com mais de 60 anos com ruptura do manguito rotador.
Os pacientes foram revisados prospectivamente usando avaliações funcionais do ombro e foram submetidos a ressonância magnética tanto pré-operatória quanto pós-operatória (1, 3 e 12 meses após a cirurgia).
Os pacientes foram acompanhados por um período mínimo de 24 meses (até 30 meses).
Nos resultados apresentados na reunião da Associação Ortopédica Australiana no ano passado, apenas dois [pacientes] tiveram que fazer uma substituição do ombro depois da minha cirurgia, ambos após quedas graves, enquanto 80% dos pacientes não têm mais sintomas ou apenas sintomas leves após a cirurgia
Resultados
Os resultados foram positivos, de acordo com o estudo publicado na revista científica Journal of Shoulder and Elbow Surgery.
Do pré-operatório aos 24 meses pós-reparo, as pontuações medianas melhoraram em todas as avaliações funcionais. Nenhuma âncora foi deslocada e não houve complicações de osteólise, neurológicas ou relacionadas à técnica.
O Professor Sandow concluiu recentemente uma revisão de 155 cirurgias ATOK em pacientes com mais de 70 anos, com resultados igualmente positivos.
Segundo os pesquisadores, a abordagem combina as potenciais vantagens biomecânicas e biológicas de uma técnica de reparo transósseo com os benefícios da abordagem cirúrgica artroscópica de menor morbidade.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Journal of Shoulder and Elbow Surgery (em inglês).
Mais Informações
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