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Nova proposta pretende facilitar a organização de intervenções em saúde digital no Brasil
19 de julho de 2025, 12:20

Fonte

Ligia Gabrielli, Unifesp

Publicação Original

Áreas

Atenção Primária, Ciência de Dados, Computação, Medicina, Telemedicina

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Resumo

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram um sistema inédito de classificação para intervenções digitais em saúde, voltado especialmente para o contexto brasileiro.

A iniciativa, de caráter acadêmico e sem fins econômicos, busca oferecer uma estrutura padronizada que possa ser usada por profissionais, gestores públicos, pesquisadores e desenvolvedores da área, com o objetivo de facilitar a interoperabilidade, o planejamento de políticas públicas e a análise estratégica de investimentos em saúde digital.

Chamado de Classificação de Intervenções, Aplicações e Serviços em Saúde Digital para o Contexto Brasileiro (CDHI.br), o projeto apresenta uma taxonomia hierárquica de conceitos que relacionam problemas de saúde, intervenções digitais e tecnologias habilitadoras. A ideia é contribuir com a organização de políticas públicas e iniciativas do setor, como o Programa SUS Digital, a Estratégia de Saúde Digital 2020-2028 e as ações do Comitê Estratégico de Prospecção Tecnológica em Saúde Digital (CT-SD/RNP).

O Dr. Ivan Torres Pisa, coordenador do projeto e professor do Departamento de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo, explicou que a saúde digital cresceu de maneira muito acelerada nos últimos anos, especialmente durante e após a pandemia.

Esse cenário gerou uma explosão de soluções, ferramentas e propostas tecnológicas. No entanto, segundo o especialista, ainda se carece de uma linguagem comum, estruturada, para classificar e organizar essas intervenções de modo que elas possam ser integradas aos sistemas de saúde.

Disponível em acesso aberto, o sistema propõe uma classificação dividida em três níveis principais: problemas de saúde, intervenções digitais e tecnologias habilitadoras.

A partir dessa organização, é possível mapear, por exemplo, quais tecnologias são mais adequadas para o monitoramento remoto de pacientes com hipertensão arterial, ou quais aplicações digitais estão disponíveis para ampliar o acesso à saúde mental em áreas remotas.

A taxonomia é apresentada em estrutura hierárquica, semelhante a sistemas amplamente adotados em saúde, como a Classificação Internacional de Doenças (CID) e a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). No caso da CDHI.br, no entanto, o enfoque está em categorizar intervenções e soluções digitais, incluindo desde teleconsultas e aplicativos móveis até plataformas de inteligência artificial, realidade aumentada e análise preditiva de dados clínicos.

Um dos diferenciais do projeto é sua adaptabilidade ao contexto nacional, incluindo fatores como as prioridades do SUS, os níveis de maturidade tecnológica dos serviços de saúde no país e as necessidades regionais de acesso à atenção primária, especializada e hospitalar.

O projeto está aberto à colaboração de profissionais, instituições e pesquisadores interessados em contribuir com o aprimoramento contínuo da ferramenta. Uma das premissas do CDHI.br é ser um recurso dinâmico e em constante atualização, à medida que novas tecnologias e modalidades de cuidado digital surgirem.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Autores/Pesquisadores Citados

Professor do Departamento de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp)

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