Leitura rápida
Fonte
Publicação Original
Áreas
Compartilhar
Resumo
Um novo estudo descobriu que um medicamento contra náuseas de prescrição comum está associado a um melhor prognóstico para mulheres com câncer de mama em estágio inicial, particularmente com o câncer de mama triplo negativo.
A equipe de pesquisa, coliderada pela Universidade Monash, na Austrália, e pelo Instituto Norueguês de Saúde Pública (NIPH), avaliou dados do Registro de Câncer da Noruega de 13.811mulheres diagnosticadas com câncer de mama em estágio inicial entre 2008 e 2020. A coorte do estudo considerou pacientes que receberam quimioterapia e medicamentos anti-náusea, usados para prevenir náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia, o que pode acontecer em até 60% das pacientes.
Neste cenário, os pesquisadores descobriram que o uso do medicamento aprepitante contra náuseas durante o tratamento quimioterápico foi associado a um risco geral 11% menor de desenvolver recorrência do câncer e 17% menor de morte relacionada ao câncer de mama no período de acompanhamento de 10 anos. Quando os pesquisadores analisaram medicamentos contra náuseas de outras classes de medicamentos, não encontraram associação entre o uso destes medicamentos e os desfechos do câncer.
Quando os pesquisadores analisaram os subtipos de câncer de mama, descobriram que a associação entre o aprepitante e melhores resultados de sobrevida foi ainda mais forte em mulheres com câncer de mama triplo negativo, com o estudo mostrando uma redução potencial de 34% no risco de recorrência do câncer e de 39% no risco de morte nessa coorte.
O Dr. Aeson Chang, pesquisador da Universidade Monash e autor sênior do estudo publicado na revista científica Journal of the National Cancer Institute, afirmou que o câncer de mama triplo negativo é tipicamente um câncer agressivo com resultados clínicos mais desfavoráveis em comparação com outros subtipos de câncer de mama diagnosticados no mesmo estágio.
“Devido à natureza do câncer de mama triplo negativo, há menos opções de tratamento direcionado e, portanto, a reutilização de medicamentos com perfis de segurança bem estabelecidos é um caminho atraente para uma rápida aplicação, a fim de melhorar o tratamento e os resultados do câncer”, disse o Dr. Chang.
O pesquisador afirmou que os resultados deste estudo sugerem que a possibilidade de expansão do uso de aprepitante como regime antiemético de rotina durante o tratamento quimioterápico justifica uma investigação mais aprofundada.
“De modo geral, o aprepitante é administrado durante os três primeiros dias do tratamento quimioterápico. Dada a associação entre aprepitante e melhores desfechos oncológicos revelada neste estudo, isso nos levou a questionar se uma sobrevida ainda maior seria observada se o uso prolongado de aprepitante fosse considerado no esquema posológico dos pacientes”, concluiu o Dr. Aeson Chang.
Também participaram do estudo pesquisadores da Universidade de Milão e da Universidade de Milão Bicocca, na Itália.
Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Journal of the National Cancer Institute (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade Monash (em inglês).