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Célula T
Fonte
Anja Lapac, Centro de Comunicação Corporativa da Universidade Técnica de Munique
Publicação Original
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Resumo
Na Alemanha, pesquisadores deram um importante passo no avanço do conhecimento sobre células T do sistema imunológico que entram em processo de exaustão, no caso de infecções mais graves e prolongadas.
As observações dos pesquisadores desafiam o conceito atual de que precursores de células T exauridas são gerados exclusivamente em infecções crônicas ou tumores.
Em vez disso, os cientistas mostraram que essas células são também formadas preventivamente em infecções que o sistema imunológico elimina com sucesso.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Os diferentes tipos de células T no corpo humano ajudam o sistema imunológico a combater patógenos e tentar restabelecer a normalidade.
Mas quando uma doença progride, alguns subtipos de células T entram em exaustão: se tornam menos eficazes ou até mesmo deixam de agir.
Pelo conhecimento científico até aqui, a exaustão de células T refere-se, portanto, à formação de células T hipofuncionais com função e potência reduzidas na eliminação de células-alvo, no contexto de exposição prolongada ao antígeno em infecções crônicas e tumores.
A razão para a exaustão das células T é simples: em uma doença grave, a ação agressiva das células T poderia prejudicar o corpo. Por outro lado, essa exaustão das células é um problema no tratamento do câncer, pois as medidas terapêuticas podem se tornar ineficazes.
Entender a cinética e os mecanismos que impulsionam a indução e a manutenção das células T exauridas é, portanto, essencial para conceber soluções imunoterapêuticas avançadas que visem prevenir ou desacelerar o desenvolvimento de doenças.
Estudo
Recentemente, pesquisadores da Universidade Técnica de Munique (TUM) e do Helmholz de Munique, na Alemanha, e do Hospital Universitário de Basileia, na Suíça, descobriram que as células T que entram em exaustão não são ativas apenas no contexto de infecções graves, mas também em infecções leves.
Ao estudar sistematicamente eventos de diferenciação precoce em infecções agudas, os pesquisadores observaram heterogeneidade considerável na população de células precursoras das células T, que contém um subconjunto que exibe características-chave de precursores de células T exauridas.
O brasileiro Gustavo Pereira de Almeida é coautor do estudo. O Dr. Gustavo de Almeida é bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), mestre em Genética e Biologia Molecular pela Unicamp e doutor em Biologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade de Munique, na Alemanha. Atualmente, o Dr. Gustavo de Almeida é pesquisador da TUM.
Nossos resultados expandem a ideia clássica do desenvolvimento da exaustão das células T. Portanto, presumimos que nossas observações ajudarão a decifrar ainda mais os mecanismos por trás da exaustão das células T
Resultados
As observações dos pesquisadores desafiam o conceito de que precursores de células T exauridas são gerados exclusivamente em infecções crônicas ou tumores. Em vez disso, eles mostraram que essas células são formadas preventivamente em infecções que o sistema imunológico elimina com sucesso.
“Conseguimos mostrar que o corpo prepara subtipos de células T que são predispostos à exaustão mesmo em fases iniciais de infecções moderadas”, disse o Dr. Dietmar Zehn, professor de Fisiologia Animal e Imunologia na TUM e coautor sênior do estudo.
Como explicação para a descoberta, os pesquisadores acham que o corpo monta uma gama de diferentes células T logo no início de uma doença para se armar para diferentes progressões da doença.
Dependendo do curso da doença, existem então células à disposição para tornar a resposta imune mais agressiva ou mais suave — e em algumas circunstâncias, até mesmo para interrompê-la.
Uma melhor compreensão desses processos pode ajudar no futuro a controlar a resposta imune de forma direcionada — por exemplo, para fortalecer o sistema imunológico em pacientes com câncer ou para enfraquecer defesas excessivas, como é típico em casos graves de COVID-19, por exemplo.
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Autores/Pesquisadores Citados
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Publicação
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