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Na Bélgica, pesquisadores realizam inseminação de abelhas com sêmen congelado sem adição de antibióticos
3 de março de 2025, 12:23

Fonte

Universidade de Liège

Publicação Original

Áreas

Agricultura, Apicultura, Biologia, Biotecnologia, Engenharia Biológica, Medicina Veterinária, Zoologia

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Resumo

A conservação das abelhas é essencial para garantir a polinização das culturas e a manutenção da biodiversidade.

Como parte do projeto FreezeBEE, pesquisadores da Universidade de Liège, na Bélgica, realizaram um avanço importante na inseminação de abelhas: foi desenvolvido um protocolo inovador para a criopreservação do sêmen de zangão e, pela primeira vez, o sêmen congelado sem adição de antibióticos resultou na produção de ninhadas femininas, com taxa de viabilidade equivalente aos métodos tradicionais.

“As abelhas desempenham um papel crucial no ecossistema e na agricultura. Infelizmente, sua população está diminuindo em muitas regiões do mundo. A conservação de seu material genético é uma estratégia fundamental para preservar a biodiversidade e dar suporte a programas de reprodução”, explicou Sophie Egyptien, doutoranda na Unidade de Pesquisa Fundamental e Aplicada para Animais e Saúde da Universidade de Liège e primeira autora do artigo.

Um campo de pesquisa no qual pouquíssimas equipes científicas no mundo trabalham, a criopreservação não só permite a salvaguarda de linhagens, mas também contorna restrições ligadas ao transporte internacional de animais vivos.

Para avançar nos protocolos de congelamento, desenvolvidos desde a década de 1980, a equipe de pesquisa da Universidade de Liège adotou como nova solução uma simples diluição do sêmen com um meio contendo crioprotetores.

Crioprotetores são substâncias usadas para proteger células, tecidos ou organismos de danos causados ​​por congelamento e descongelamento. Quando um organismo ou célula é exposto a temperaturas muito baixas, a formação de cristais de gelo pode danificar estruturas celulares e levar à sua destruição. Crioprotetores ajudam a minimizar esses efeitos, reduzindo a formação de gelo e mantendo a integridade das células.

“Nosso método mostrou que, apesar de uma perda de 37% da viabilidade do esperma durante o congelamento, cinco das oito rainhas inseminadas com esse sêmen congelado produziram ninhadas femininas”, disse o Dr. Stefan Deleuze, professor e pesquisador da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Liège. “Esses resultados são comparáveis ​​aos obtidos com sêmen fresco em nosso estudo, o que é muito encorajador!”

A descoberta abre novas perspectivas para a conservação das abelhas e para a agricultura e a apicultura. Os resultados foram publicados na revista científica Insects.

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Autores/Pesquisadores Citados

Doutoranda na Unidade de Pesquisa Fundamental e Aplicada para Animais e Saúde da Universidade de Liège
Professor e pesquisador da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Liège

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