
NOAA Environmental Visualization Laboratory via Wikimedia Commons
Imagem de satélite capturada pelo satélite GOES-Leste mostra sistema de tempestades sobre a costa e o interior do Brasil em 2020
Fonte
Universidade Monash
Publicação Original
Áreas
Resumo
Pesquisadores analisaram mais de 300 milhões de registros de hospitalizações no período de 2010 a 2019, em 747 comunidades de oito países/territórios propensos a inundações, para verificar prováveis desdobramentos de saúde que as inundações podem causar em longo prazo.
O aumento significativo no risco de doenças graves, que pode exigir cuidados hospitalares, pode perdurar por até sete meses após o evento extremo.
Segundo os pesquisadores, as inundações podem aumentar as internações por doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, doenças infecciosas, doenças digestivas, transtornos mentais, diabetes, câncer, distúrbios do sistema nervoso e doenças renais.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Com as mudanças climáticas, instabilidades no clima e a ocorrência de eventos extremos, como as inundações, devem se tornar cada vez mais frequentes.
Além dos efeitos diretos que as inundações causam sobre as pessoas na hora que acontecem, ainda existem os efeitos de longo prazo, que podem aparecer apenas depois de algum tempo e causar graves problemas de saúde.
Estudo
Um estudo global sobre os impactos de longo prazo das inundações sobre a saúde humana analisou mais de 300 milhões de registros de hospitalizações em oito países propensos a inundações: Austrália, Vietnã, Brasil, Canadá, Chile, Tailândia, Nova Zelândia e Taiwan.
O estudo foi liderado pelo Dr. Yuming Guo e pela Dra. Shanshan Li, pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, e publicado na revista científica Nature Water.
Colaboraram pesquisadores da Universidade de Sydney e Universidade de Queensland, na Austrália; Universidade de Otago, na Nova Zelândia; Universidade dos Andes, no Chile; Universidade de Ottawa, no Canadá, Universidade Mahidol, na Tailândia, e da Universidade Nacional de Taiwan. Também participaram do estudo os pesquisadores brasileiros Dra. Micheline de Sousa Coelho e Dr. Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
[O estudo sugere que] o impacto das inundações na saúde pode ter sido subestimado e se agravará ainda mais com as mudanças climáticas
Resultados
Os pesquisadores observaram um aumento de 26% no risco de todas as doenças graves o suficiente para exigir hospitalização. Esse impacto na saúde das comunidades pode perdurar por até sete meses após o evento extremo.
Os pesquisadores constataram que as inundações – que têm aumentado globalmente devido às mudanças climáticas – levaram a um aumento nas hospitalizações por doenças cardiovasculares (35%), doenças respiratórias (30%), doenças infecciosas (26%), doenças digestivas (30%), transtornos mentais (11%), diabetes (61%), câncer (34%), distúrbios do sistema nervoso (34%) e doenças renais (40%).
Foram analisados dados do período de 2010 a 2019, em 747 comunidades de oito países/territórios que sofreram grandes inundações naquele período.
Estima-se que quase uma em cada quatro pessoas no mundo esteja exposta a inundações e, segundo o professor Yuming Guo, haverá “um aumento na gravidade, duração e frequência das inundações devido à maior frequência de eventos extremos de precipitação e à elevação do nível do mar devido ao aquecimento global”.
Embora os impactos diretos das inundações sobre saúde, como afogamentos, choques elétricos e hipotermia sejam esperados, este é o primeiro e mais abrangente estudo a analisar impactos mais amplos na saúde.
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade Monash (em inglês).
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