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Marcos do Amaral Jorge, Jornal da Unesp
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Resumo
Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp em Araraquara lideraram um estudo que avaliou como as novas ferramentas computacionais – em especial a inteligência artificial e a modelagem computacional – têm afetado os novos esforços de pesquisa na área de peptídeos.
Em vez da síntese de grandes volumes de peptídeos, o foco tem se deslocado para uma maior precisão no design estrutural de novas moléculas.
Esse novo caminho para a química de peptídeos pode ser promissor se conseguir conciliar a liberdade criativa com projetos de impacto, com aplicações reais e terapêuticas.
Foco do Estudo
Estudo
Um novo estudo, publicado na revista científica Nature Reviews Chemistry, discutiu o impacto causado pelas novas tecnologias de modelagem computacional e de inteligência artificial nas pesquisas sobre a síntese de peptídeos.
O estudo foi liderado por César Augusto Roque-Borda, doutorando da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara e pelo Dr. Fernando Rogério Pavan, professor de Microbiologia na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Unesp em Araraquara e orientador de César Augusto. Também participaram do estudo a Dra. Beatriz de la Torre e o Dr. Fernando Albericio, pesquisadores da Universidade de KwaZulu-Natal, na África do Sul.
Segundo os pesquisadores, o ano de 2025 foi caracterizado pela crescente apropriação de novas ferramentas, o que resulta em mudanças no perfil dos projetos de pesquisa e na própria atuação dos pesquisadores desse campo.
Em vez da síntese de grandes volumes de peptídeos, o foco tem se deslocado para uma maior precisão no design estrutural de novas moléculas, orientado por uma funcionalidade previamente definida.
Esse novo cenário difere da dinâmica que caracterizou a área nos últimos anos. A produção de novos peptídeos costuma priorizar a estratégia de síntese incremental de análogos para a produção de novas moléculas. Nessa rota tecnológica, os pesquisadores buscam o aprimoramento de um determinado peptídeo a partir de alterações específicas em estruturas semelhantes, explorando a relação dessas alterações na estrutura com a função biológica desejada.
Mas, segundo o estudo, com as transformações observadas ao longo do ano de 2025, “o progresso na modelagem computacional, nas tecnologias de exibição e no design químico, ampliou o que os peptídeos podem alcançar, transformando-os de meras variações de sequência em moléculas com maior sofisticação estrutural e funcional”.
O avanço do campo [de peptídeos] não depende mais da quantidade de moléculas sintetizadas, mas da intenção, funcionalidade e profundidade de cada novo peptídeo projetado. As colaborações internacionais envolvidas reforçam essa mudança de paradigma, unindo diferentes especialidades para repensar o papel dos peptídeos
Resultados
Nesse processo, recursos de inteligência artificial (IA) têm sido usados na elaboração de estruturas de peptídeos a partir do zero e com aplicações bem definidas. Além disso, a partir de dados já existentes na literatura, modelos têm conseguido identificar peptídeos com ação antimicrobiana em venenos de animais selvagens que até então não haviam sido observados pelos pesquisadores.
Para César Augusto Roque-Borda, que é o primeiro autor do estudo, esse novo caminho para a química de peptídeos pode ser promissor se conseguir conciliar a liberdade criativa com projetos de impacto: “O grande desafio que se desenha agora é transformar a criatividade conceitual em aplicações reais e terapêuticas, consolidando a química de peptídeos como uma área guiada por propósito, rigor e relevância”.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a revista científica Nature Reviews Chemistry (em inglês).
Mais Informações
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