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Floculante à base de extrato de castanhola reduz turbidez e pode ser uma opção sustentável no tratamento de água
28 de junho de 2025, 11:38

Fonte

Wilson Galvão, Agir/UFRN

Publicação Original

Áreas

Engenharia Ambiental, Engenharia Florestal, Gestão Ambiental, Gestão de Resíduos, Qualidade da Água, Química Verde, Saneamento, Sustentabilidade

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Resumo

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram um floculante, modificado quimicamente, à base de extrato de castanhola, que pode ser usado durante o processo de tratamento de água.

“A invenção situa-se na área de saneamento, no tratamento de água para clarificação de águas residuais para o consumo humano, tratamento de águas efluentes e remoção de turbidez da água. O produto é tão eficiente quanto os produtos existentes no mercado, trazendo benefícios como redução de lodo e maior tempo de vida útil dos equipamentos evitando corrosão. E quando comparado aos químicos, que é a maioria disponível no mercado, quanto a seus problemas ambientais como poluição do lençol freático e problemas neurológicos, não traz qualquer malefício ao ambiente”, explicou a Dra. Tatiane Kelly Carnaval, que liderou o estudo. A Dra. Tatiane Carnaval é professora da Escola Agrícola de Jundiaí, unidade da UFRN localizada em Macaíba/RN.

Atualmente em Portugal fazendo pós-doutorado, a pesquisadora está realizando experimentos complementares com o intuito de analisar a parte química, compostos fenólicos e taninos com o uso de um método inovador. “Estamos analisando tempo de vida útil do produto em prateleira, melhores métodos de extração, entre outras variáveis que fortaleçam o registro futuramente”, disse a Dra. Tatiane Carnaval.

Luan Cavalcanti da Silva, na época mestrando do Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais da UFRN, salientou que o resultado da pesquisa é uma alternativa para o tratamento de água com um coagulante natural.

Com o uso das cascas de Terminalia catappa, conhecidas como castanholas – espécie comum em áreas litorâneas e coletadas na própria Escola Agrícola de Jundiaí para o estudo – a pesquisa mostrou que a opção sustentável reduz a turbidez da água, mantém o pH equilibrado, reduz o lodo e aumenta o tempo de uso dos materiais, além de não provocar riscos à saúde. “É um caminho que intui a descoberta de novas potencialidades de espécies florestais, com foco em produtos florestais não madeireiros, fortalecendo a área florestal e o uso sustentável de seus recursos”, afirmou Luan da Silva.

Os cientistas frisam que o desenvolvimento de coagulantes e floculantes provenientes de matérias-primas naturais biodegradáveis vem ganhando espaço nos centros de pesquisas. Com isso, desenvolver um coagulante que otimize as etapas do sistema de abastecimento é essencial para reduzir tempo e custo de uma estação de tratamento de água. Nesse contexto, os taninos das cascas das árvores são agentes a serem considerados porque vêm de fonte natural, são biodegradáveis e não geram lodos poluentes.

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Autores/Pesquisadores Citados

Professora da Escola Agrícola de Jundiaí da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Mestre em Ciências Florestais pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da UFRN

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