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Excesso de folato na gravidez pode levar a diabetes gestacional
17 de setembro de 2025, 18:57

Fonte

Rhiannon Koch, Universidade de Adelaide

Publicação Original

Áreas

Endocrinologia, Epidemiologia, Medicina, Nutrição Clínica, Nutrição Funcional, Nutrição Materno Infantil, Obstetrícia, Suplementos

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Resumo

O consumo adequado de folato –  a forma natural da vitamina B9 – é recomendado para mulheres na pré-concepção e na gravidez para garantir o crescimento e o desenvolvimento celular.

No entanto, um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Adelaide e da Universidade Flinders, na Austrália, revelou a necessidade de estabelecer um limite superior seguro para o consumo.

Diretrizes atuais recomendam a suplementação com 400 a 500 microgramas (µg) de ácido fólico diariamente, começando pelo menos um mês antes da concepção e continuando durante o primeiro trimestre, para reduzir o risco de defeitos do tubo neural, como espinha bífida.

A Dra. Tanja Jankovic-Karasoulos, pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Biomedicina da Universidade de Adelaide e primeira autora do estudo, disse que níveis excessivos de folato materno – causados ​​pelo duplo impacto da fortificação alimentar com ácido fólico e por doses de suplementação maiores do que as recomendadas durante a gravidez – podem estar associados a um aumento no diabetes mellitus gestacional (DMG).

Os níveis de folato foram analisados ​​em duas coortes prospectivas – uma coorte de pré-fortificação com 1.164 gestações e uma coorte de pós-fortificação com 1.300 gestações – como parte do estudo publicado na revista científica Nutrients.

“Nosso estudo mostrou que o excesso de folato materno aumenta significativamente o risco de DMG em nossa coorte de gestações pós-fortificação”, afirmou a Dra. Tanja Jankovic-Karasoulos.”Suspeitamos que o aumento da ingestão de ácido fólico nos últimos 10 a 15 anos esteja contribuindo para o aumento constante da prevalência de DMG na Austrália”, continuou a pesquisadora.

“A placenta é fundamental para regular a tolerância materna à glicose na gravidez, por isso precisamos entender como a alta ingestão de ácido fólico afeta a função placentária e, por sua vez, a resistência à insulina e o risco de diabetes gestacional”, afirmou a pesquisadora.

A Dra. Claire Roberts, professora da Universidade Flinders e uma das autoras sêniores do estudo, afirmou que compreender os potenciais danos do consumo excessivo de ácido fólico é de grande importância para a saúde pública. “O uso de ácido fólico é recomendado em todo o mundo, mas precisamos continuar investigando implicações inesperadas, além de como identificar mulheres em risco de diabetes gestacional no início da gravidez para proteger o bebê dos efeitos adversos da glicemia materna elevada e proporcionar um melhor começo de vida”, afirmou a professora Claire Roberts.

Os pesquisadores enfatizaram a importância da ingestão adequada de folato na gravidez, mas destacam a necessidade de estabelecer um limite superior seguro para a ingestão de folato e aprimorar as diretrizes sobre a suplementação de ácido fólico durante a gravidez, o que protegeria o feto desde o início da gestação contra defeitos do tubo neural, além de proteger a mãe e o feto dos efeitos adversos da glicemia elevada.

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Autores/Pesquisadores Citados

Pesquisadora de pós-doutorado na Escola de Biomedicina da Universidade de Adelaide
Professora da Universidade Flinders

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