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Anna Björklund, Instituto Karolinska
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Resumo
Na Suécia, pesquisadores acompanharam durante quatro anos 130.000 idosos, todos com mais de 65 anos e sem demência no início do estudo, para avaliar a relação entre concentração aumentada da proteína albumina na urina e o risco de demência.
Os participantes com níveis mais elevados de albuminúria tiveram um risco até 37% maior de desenvolver demência, em comparação com pessoas com níveis normais de albumina na urina.
Os pesquisadores destacaram a importância do rastreamento de rotina da albumina na urina como parte da avaliação precoce do risco de demência.
Foco do Estudo
Estudo
Um novo estudo, liderado por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, e publicado na revista científica Journal of Internal Medicine, mostrou que pessoas com níveis mais elevados da proteína albumina na urina (albuminúria) apresentam maior risco de desenvolver demência mais tarde na vida.
Embora a idade continue sendo o maior fator de risco para o desenvolvimento de demência, pesquisadores têm demonstrado cada vez mais que doenças em outras partes do corpo, como os rins, também podem afetar o cérebro.
A associação entre albuminúria e demência foi mais forte para a demência vascular, a segunda forma mais comum de demência depois da doença de Alzheimer, frequentemente causada por acidente vascular cerebral, hipertensão, diabetes ou outras doenças vasculares, e para a demência mista, que combina características da demência vascular e da doença de Alzheimer.
O estudo incluiu 130.000 idosos em Estocolmo, todos com mais de 65 anos e sem demência no início do estudo. Durante um período de acompanhamento de aproximadamente quatro anos, 7% dos participantes desenvolveram demência.
Além do Instituto Karolinska, o estudo colaborativo envolveu pesquisadores da Universidade de Groningen e do Centro Médico da Universidade Erasmus (Erasmus MC), nos Países Baixos.
Os rins e o cérebro podem parecer órgãos muito diferentes, mas compartilham uma característica importante: ambos dependem de uma delicada rede de pequenos vasos sanguíneos. Quando os vasos sanguíneos dos rins são danificados, o mesmo processo frequentemente ocorre no cérebro
Resultados
Após levar em consideração a função renal e outros fatores, os pesquisadores descobriram que participantes com níveis moderados da proteína albumina na urina (de 30 a 299 mg/g) tiveram um risco 25% maior de desenvolver demência, enquanto participantes com níveis elevados (concentração de albumina superior a 300 mg/g) tinham um risco 37% maior em comparação com pessoas com níveis normais (concentração de albumina inferior a 30 mg/g).
Os níveis mais elevados de albumina na urina indicam danos renais e, de acordo com o estudo, também podem sinalizar um risco maior de demência.
Um componente importante é a barreira hematoencefálica, a camada protetora que impede a entrada de substâncias nocivas do sangue no cérebro. Assim como um filtro renal danificado libera proteínas na urina, uma barreira hematoencefálica danificada permite que toxinas e moléculas inflamatórias entrem no tecido cerebral. Com o tempo, isso aumenta o risco de danos vasculares, inflamação e acúmulo de proteínas nocivas associadas à demência.
“Esses resultados ressaltam a importância do rastreamento rotineiro da albuminúria como parte da avaliação precoce do risco de demência, especialmente em pacientes com pressão alta, diabetes, doenças cardiovasculares ou renais. A detecção precoce da albuminúria pode potencialmente retardar ou prevenir o aparecimento da demência”, concluiu a Dra. Hong Xu, professora do Departamento de Neurobiologia, Ciências do Cuidado e Sociedade do Instituto Karolinska e autora sênior do estudo.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Journal of Internal Medicine (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).
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