
Divulgação, Universidade de Kobe
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Universidade de Kobe
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Resumo
No Japão, pesquisadores realizaram um estudo com 356 pacientes menores de 18 anos de idade para identifiar se os resultados de exame de urina realizado aos 3 anos de idade poderiam antecipar a detecção da síndrome de Alport.
O estudo mostrou que mais de 30% dos pacientes foram encaminhados ao hospital para testes de síndrome de Alport devido aos resultados dos exames de urina aos 3 anos de idade.
A detecção e intervenção precoces poderiam trazer benefícios não só em termos de melhoria da qualidade de vida dos pacientes afetados, mas também em termos econômicos, reduzindo o ônus do tratamento da insuficiência renal em estágio terminal, como por meio de diálise ou transplantes renais.
Foco do Estudo
Por que é importante?
A síndrome de Alport é uma doença genética que afeta cerca de uma em cada 5.000 pessoas. Os pacientes não conseguem produzir um certo tipo de colágeno, o que leva à insuficiência renal, podendo também levar à perda auditiva e a alterações oculares.
Existem medicamentos que retardam o início da insuficiência renal, quando os pacientes já precisariam de transplante renal ou diálise.
No entanto, embora o tratamento farmacológico funcione melhor quanto mais cedo a condição for identificada, muitas pessoas só tomam conhecimento da doença quando a disfunção renal já está instalada.
Estudo
O Dr. Ishimori Shingo, pediatra e professor da Universidade de Kobe, no Japão, e sua equipe de pesquisa realizaram um estudo com pacientes do Hospital Universitário de Kobe diagnosticados com síndrome de Alport, que consentiram o diagnóstico, para descobrir como eles foram diagnosticados com a doença.
Os pesquisadores avaliaram as características clínicas e genéticas de 356 pacientes, com 18 anos ou menos, e identificaram as circunstâncias em que os achados urinários anormais foram detectados pela primeira vez, com foco no papel do exame de urina aos 3 anos de idade.
O estudo foi publicado na revista científica Kidney International Reports.
O Japão realiza exames de urina universais aos 3 anos de idade, mas não foram realizados estudos em larga escala para avaliar sua eficácia na identificação da síndrome de Alport em crianças
Resultados
Os pesquisadores descobriram que mais de 30% dos pacientes (113 de 356), foram encaminhados ao hospital para testes de síndrome de Alport devido aos resultados de exames de urina aos 3 anos de idade, que foi o motivo mais comum de encaminhamento.
Além disso, 60% dessas pessoas já preenchiam as condições para tratamento. O professor Ishimori destacou: “Nosso estudo revelou que uma proporção notavelmente alta de crianças de 3 anos com síndrome de Alport já necessitava de intervenção terapêutica, embora ainda fossem assintomáticas. Consequentemente, a introdução de um exame de urina [precoce] pode permitir a intervenção antes do início da disfunção renal”.
A equipe da Universidade de Kobe faz questão de observar que, embora o exame de urina universal tenha sido o gatilho mais comum para a detecção e, portanto, seja promissor, isso não indica a eficácia da abordagem na identificação de pessoas com a doença em toda a população.
A equipe estima que o número de crianças japonesas submetidas a exames durante o período que as tornaria elegíveis para o estudo foi de aproximadamente 23 milhões, e atualmente não se sabe qual fração delas foi diagnosticada corretamente com a doença.
“Investigações futuras devem avaliar o rendimento diagnóstico da abordagem atual. Mas agora sabemos que a implementação de um sistema de triagem que facilite a detecção precoce e permita a intervenção precoce pode oferecer benefícios consideráveis”, afirmou o pesquisador.
Esses benefícios se estendem não apenas à melhoria da qualidade de vida dos pacientes afetados, mas também à economia da saúde, reduzindo o ônus do tratamento da insuficiência renal em estágio terminal, como por meio de diálise ou transplantes renais.
Como muitos países não têm triagem universal de urinálise aos 3 anos de idade, e nem mesmo todos os municípios do Japão realizam os testes relevantes para a síndrome de Alport, nossas descobertas devem promover a adoção mais ampla de medidas que levem à detecção e ao tratamento mais precoces
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Autores/Pesquisadores Citados
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