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Resumo
A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI) neonatal é a área do hospital onde são atendidos recém-nascidos prematuros em estado crítico. O design tradicional geralmente consiste em salas com vários pacientes em suas respectivas incubadoras.
No entanto, a arquitetura da UTI neonatal muitas vezes não atende às reais necessidades das mães e dos recém-nascidos, como revelou um estudo liderado pela Dra. Laura Cambra Rufino, professora e pesquisadora da Escola Técnica Superior de Arquitetura da Universidade Politécnica de Madri (UPM), na Espanha. O estudo foi publicado na revista científica Architectural Engineering and Design Management.
“Quando um bebê nasce prematuro, o projeto do hospital obriga a mãe e o recém-nascido a ficarem separados, já que a mãe fica internada na Maternidade enquanto o bebê é transferido para a UTI. Cada paciente ficaria em uma parte diferente do prédio do hospital, dependendo da equipe que cuida dele e dos equipamentos de que necessita. Embora essa localização reflita a eficiência de recursos do hospital, pesquisas clínicas demonstraram que os bebês precisam de suas mães para o desenvolvimento neuronal adequado em um momento de pico de crescimento cerebral”, explicou a Dra. Laura Cambra.
O objetivo do estudo, do qual também participaram os serviços neonatais do Hospital Universitário 12 de Octubre e do Hospital Universitário La Paz de Madri, foi descrever a arquitetura das unidades neonatais de máxima complexidade da Espanha (11 no total), entender as preferências de seus profissionais em relação ao redesenho de sua unidade e verificar se, de fato, as UTIs neonatais da Espanha atendem às necessidades da mãe e do bebê.
O trabalho faz parte de uma pesquisa iniciada em 2023 em todas as unidades neonatais de nível III da Espanha (78 no total). Os resultados são claros: apenas 27% das unidades possuem quartos familiares individuais para promover estadias em família.
O estudo também revelou que as UTIs neonatais não são as mesmas em toda a Espanha: “Algumas delas têm quartos individuais, enquanto outras não oferecem comodidades para estadias familiares, o que pode impactar o modelo de cuidado e a equidade na assistência à saúde. Existem várias associações nacionais e europeias que promovem a separação zero das famílias em internações neonatais”, destacou a Dra. Laura Cambra.
A pesquisadora enfatizou que essas unidades de terapia intensiva ainda estão muito distantes do modelo nórdico, que respeita as necessidades dos recém-nascidos e de suas famílias: “Em comparação com os países nórdicos, os projetos das unidades neonatais estão desatualizados, o que prejudica a equidade nas práticas de cuidado materno-infantil. Em última análise, a arquitetura da UTI neonatal deve considerar evidências científicas, o contexto local e cultural, o sistema de saúde e a proporção de pessoal.”
“Nosso estudo oferece informações que podem ser usadas tanto para conscientizar a gestão hospitalar sobre a necessidade de otimizar recursos para um atendimento de maior qualidade, quanto para exigir que profissionais técnicos (como arquitetos e engenheiros) envolvam profissionais de saúde, familiares e associações de pacientes no processo de projeto”, concluiu a pesquisadora da UPM.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a revista científica Architectural Engineering and Design Management (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).
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