Estudo sobre infertilidade masculina pode ajudar a desenvolver novos anticoncepcionais não hormonais
Estudo internacional recebeu financiamento de cerca de US$ 5 milhões da Fundação Gates
Pixabay
5 de março de 2025, 11:15

Fonte

Universidade de Dundee

Publicação Original

Universidade de Dundee

Áreas

Assistência Social, Biologia, Biotecnologia, Engenharia Biológica, Epidemiologia, Ginecologia, Medicina, Microbiologia, Reprodução, Saúde da Mulher

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Resumo

Com foco em um dos maiores desafios da igualdade de gênero, pesquisadores pretendem desenvolver novos anticoncepcionais não hormonais a partir de estudo comparativo entre espermas de homens férteis e inférteis.

Os cientistas também pretendem melhorar o diagnóstico precoce da infertilidade masculina, com a aplicação das melhores tecnologias disponíveis para a análise da capacidade do esperma.

A pesquisa, com duração total de 32 meses, recebeu financiamento da Fundação Gates, nos temas de igualdade de gênero e empoderamento de meninas e mulheres.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Münster e do Hospital Universitário Münster, na Alemanha, da Universidade de Birmingham e da Universidade de Dundee, no Reino Unido, está iniciando um estudo para desenvolver, até a fase de estudos pré-clínicos, novos métodos contraceptivos não hormonais a partir da ciência reprodutiva sobre a infertilidade masculina.

Mais de 200 milhões de mulheres em todo o mundo têm uma necessidade não atendida de contraceptivos modernos. O estudo pretende trazer novas soluções de contracepção não hormonal para mulheres e meninas, um dos grandes desafios quando se trata de igualdade de gênero e empoderamento de meninas e mulheres. Foi com este foco que a Fundação Gates resolveu financiar o projeto, com um investimento de quase US$ 5 milhões (pouco mais de R$ 29 milhões).

Os pesquisadores vão abordar a questão do desenvolvimento de novos anticoncepcionais não hormonais a partir de novas avaliações de esperma, examinando sistematicamente a funcionalidade dos espermas de 1.000 homens férteis que geraram filhos naturalmente.

Paralelamente, serão analisados os espermas de 1.000 homens com infertilidade para identificar diferenças nos parâmetros funcionais do esperma entre indivíduos férteis e inférteis, que poderão então ser usados ​​para testar novos conceitos para anticoncepcionais femininos.

Estamos confiantes de que os insights obtidos com este estudo terão o benefício adicional de melhorar significativamente os diagnósticos precoces da infertilidade masculina e o atendimento clínico para casais afetados

Dr. Timo Strünker, professor do Centro de Medicina Reprodutiva e Andrologia da Universidade de Münster e porta-voz do consórcio de pesquisa

Em cerca de um terço dos homens inférteis, os parâmetros do sêmen permanecem dentro das faixas normais. Esta condição, conhecida como infertilidade masculina inexplicada, envolve defeitos funcionais do esperma que não podem ser detectados por meio da análise tradicional do sêmen.

Esta será a primeira vez que uma comparação direta será feita entre homens férteis e inférteis com as ferramentas de avaliação de esperma mais modernas disponíveis. Os participantes serão recrutados na Alemanha e no Reino Unido, e a diversidade fornecida entre essas populações deve ajudar a garantir que os resultados sejam amplamente aplicáveis.

O Dr. Meurig Gallagher, professor da Escola de Ciências Médicas da Universidade de Birmingham, destacou: “Uma nova observação importante do esperma será a análise detalhada do batimento da cauda usando um novo software de análise, chamado ‘FAST’, desenvolvido em Birmingham. Esses padrões de batimento da cauda agem como um ‘teste de aptidão’ da capacidade do esperma”.

Entender as diferenças funcionais nos espermas de homens férteis e inférteis deve auxiliar programas de descoberta de novos medicamentos voltados para o desenvolvimento de pequenas moléculas que visem especificamente o esperma no sistema reprodutivo feminino, impedindo que o esperma fertilize o óvulo. Avançar com esses anticoncepcionais inovadores – controlados por mulheres e de origem não hormonal – é uma preocupação global importante.

O financiamento foi concedido em novembro de 2024 e o estudo acabou de ser iniciado, devendo ser concluído em 32 meses.

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Autores/Pesquisadores Citados

Dr. Meurig Gallagher

Professor da Escola de Ciências Médicas da Universidade de Birmingham

Dr. Timo Strünker

Professor do Centro de Medicina Reprodutiva e Andrologia da Universidade de Münster

Instituições Citadas

Mais Informações

Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Dundee (em inglês).

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