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Resumo
A maioria das pessoas que abusam de opioides toma os medicamentos para alívio da dor crônica, mas os homens são mais propensos a overdose de opioides do que as mulheres, embora sofram menos dor crônica. Cientistas levantam a hipótese de que algo diferente, ou além da dor crônica, deve estar colocando os homens em maior risco de desenvolver problemas para controlar o uso de opioides.
Agora, um novo estudo realizado em animais por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Washington em St. Louis, nos EUA, sugere uma causa biológica subjacente para o maior número de mortes de homens do que de mulheres entre aqueles com dor crônica que consomem opioides.
Ratos machos com dor crônica consumiram doses crescentes de fentanil ao longo do tempo, enquanto ratas com a mesma condição de dor mantiveram ingestão em nível constante do opioide, semelhante ao que é observado em humanos. Os pesquisadores descobriram que a diferença comportamental foi impulsionada por hormônios sexuais: tratar ratos machos com o hormônio estrogênio os levou a manter um nível estável de ingestão de fentanil.
As descobertas, publicadas na revista científica Neuron, indicam que as diferenças em como homens e mulheres usam e abusam de opioides podem ser motivadas por seus hormônios, e que uma compreensão mais profunda de como os hormônios sexuais interagem com a dor crônica pode abrir novas abordagens para lidar com a epidemia de opioides.
“Esses dados sugerem que os homens podem ser inerentemente predispostos ao abuso de opioides no contexto da dor por causa do equilíbrio de hormônios sexuais”, disse a Dra. Jessica Higginbotham, autora principal do estudo e pesquisadora de pós-doutorado no laboratório do Dr. Jose Moron-Concepcion, professor de Anestesiologia na Escola de Medicina da Universidade Washington em St. Louis e autor sênior do artigo.
“Nós nos concentramos no estrogênio neste estudo, mas duvido que o efeito que vimos seja devido apenas ao estrogênio. É mais provável que seja o equilíbrio de todos os hormônios sexuais no corpo que influencia o risco. Homens e mulheres têm os mesmos hormônios sexuais, apenas em quantidades diferentes, e nossos dados sugerem que as mulheres têm um equilíbrio mais protetor do que os homens. Mas se esse equilíbrio mudar, o risco de desenvolver transtorno de uso de opioides também pode mudar”, concluiu a Dra. Jessica Higginbotham.
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Autores/Pesquisadores Citados
Publicação
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a revista científica Neuron (em inglês).
Mais Informações
Acesse a notícia original completa na página da Universidade de Washington em St. Louis (em inglês).
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