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Henry Killworth, UCL
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Resumo
O estudo clínico BaxHTN de fase III, multinacional, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, contou com a participação de quase 800 pacientes em 214 clínicas em todo o mundo e avaliou a eficácia e segurança do novo medicamento baxdrostat para o controle da hipertensão resistente.
Após 12 semanas, os pacientes que tomaram baxdrostat (1 mg ou 2 mg uma vez ao dia em forma de comprimido) apresentaram queda na pressão arterial em cerca de 9 a 10 mmHg a mais do que pacientes que tomaram placebo.
Cerca de 4 em cada 10 pacientes atingiram níveis saudáveis de pressão arterial, em comparação com menos de 2 em cada 10 que tomaram placebo.
Foco do Estudo
Por que é importante?
Globalmente, cerca de 1,3 bilhão de pessoas têm hipertensão e, em cerca de metade dos casos, a condição não é controlada ou é resistente ao tratamento. Essas pessoas enfrentam um risco muito maior de ataque cardíaco, derrame, doença renal e morte precoce.
No Brasil, de acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2023, cerca de 27,9% da população vive com hipertensão, ou seja, quase 60 milhões de pessoas.
A pressão arterial pode ser fortemente influenciada pelo hormônio aldosterona, que ajuda os rins a regular o equilíbrio de sal e água. Algumas pessoas produzem aldosterona em excesso, fazendo com que o corpo retenha sal e água. Essa desregulação da aldosterona eleva a pressão arterial e dificulta seu controle.
O tratamento da desregulação da aldosterona tem sido um esforço fundamental em pesquisas ao longo de muitas décadas, mas até agora tem sido difícil de ser alcançado.
Estudo
O estudo clínico BaxHTN de fase III, multinacional, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, avaliou a eficácia e segurança do novo medicamento baxdrostat para o controle da hipertensão resistente.
O estudo teve a participação de quase 800 pacientes em 214 clínicas em todo o mundo e foi liderado pelo Dr. Bryan Williams, professor do Instituto de Ciências Cardiovasculares da University College London (UCL), no Reino Unido.
A pesquisa teve o patrocínio da AstraZeneca e a participação de pesquisadores da AstraZeneca Pesquisa & Desenvolvimento na Suécia. Os resultados foram apresentados no último dia 30 de agosto no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) de 2025, em Madri, na Espanha, e publicados simultaneamente na revista científica New England Journal of Medicine.
O medicamento baxdrostat atua bloqueando a produção de aldosterona, atuando diretamente nesse fator que causa a hipertensão.
Alcançar uma redução de quase 10 mmHg na pressão arterial sistólica com baxdrostat no estudo de Fase III do BaxHTN é empolgante, pois esse nível de redução está associado a um risco substancialmente menor de ataque cardíaco, derrame, insuficiência cardíaca e doença renal
Resultados
Os resultados do estudo mostraram que, após 12 semanas, os pacientes que tomaram baxdrostat (1 mg ou 2 mg uma vez ao dia em forma de comprimido) apresentaram queda na pressão arterial em cerca de 9 a 10 mmHg a mais do que pacientes que tomaram placebo – uma redução grande o suficiente para reduzir o risco cardiovascular.
Cerca de 4 em cada 10 pacientes atingiram níveis saudáveis de pressão arterial, em comparação com menos de 2 em cada 10 que tomaram placebo.
“Estas descobertas representam um avanço importante no tratamento e na nossa compreensão da causa da pressão arterial de difícil controle. Cerca de metade das pessoas tratadas para hipertensão não a têm controlada; no entanto, esta é uma estimativa conservadora e o número provavelmente é maior, especialmente porque a pressão arterial alvo que tentamos atingir é agora muito menor do que era anteriormente”, destacou o professor Bryan Williams.
“Os resultados sugerem que este medicamento pode potencialmente ajudar até meio bilhão de pessoas em todo o mundo”, concluiu o professor.
Em pacientes com hipertensão não controlada ou resistente, a adição de baxdrostat 1 mg ou 2 mg uma vez ao dia à terapia anti-hipertensiva de base levou a reduções clinicamente significativas na pressão arterial sistólica, que persistiram por até 32 semanas sem resultados de segurança inesperados. Isso sugere que a aldosterona está desempenhando um papel importante na causa da pressão arterial de difícil controle em milhões de pacientes e oferece esperança para um tratamento mais eficaz no futuro
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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