
Hellerhoff via Wikimedia Commons
Glioblastoma
Fonte
Universidade Queen Mary de Londres
Publicação Original
Áreas
Resumo
Em um estudo clínico de fase I, pesquisadores testaram um novo adenovírus desenvolvido recentemente em oito pacientes com glioblastoma.
O tratamento se mostrou seguro e eficaz dentro do planejamento de dose máxima de vírus estipulada pelos pesquisadores, tendo sido alcançada a remissão completa do glioblastoma em um dos pacientes.
Foco do Estudo
Por que é importante?
O glioblastoma é o tipo mais comum e fatal de câncer cerebral. Os tratamentos existentes têm sucesso limitado, e a recorrência do tumor é comum.
Os vírus oncolíticos — vírus que seletivamente atacam e matam células cancerosas, deixando as células saudáveis ilesas — ganharam atenção como tratamentos promissores e estão sendo amplamente testados em casos de glioblastoma.
No entanto, administrar esses tratamentos ainda é desafiador, pois doses baixas são ineficazes, e doses altas são tóxicas.
Estudo
Pesquisadores da Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido; da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade Capital Medical em Pequim, na China, testaram um tratamento viral em oito pacientes com glioblastoma.
O tratamento foi seguro e eficaz abaixo de uma dose máxima, com remissão completa alcançada em um paciente, apoiando a progressão para ensaios clínicos de fase II.
“A maioria dos vírus oncolíticos existentes é ineficaz em doses baixas e muito tóxica em doses mais altas. O principal desafio é como aumentar a eficácia sem causar efeitos colaterais prejudiciais”, disse o professor Dr. Yaohe Wang, coautor principal do estudo e inventor do vírus que está sendo testado. “Acreditamos que nossa abordagem oferece um caminho a seguir.”
Os pesquisadores identificaram inicialmente uma dose máxima que seria tolerada, que foi usada como limite de um tratamento que seria seguro e bem tolerado, apenas com efeitos colaterais leves ou moderados. Então, no estudo com escalonamento de dose, os pacientes receberam uma das três dosagens do novo vírus, chamado Ad-TD-nsIL12, dentro desse limite de segurança.
O sucesso do vírus Ad-TD-nsIL12 está em seu design exclusivo. A equipe projetou geneticamente um adenovírus (um tipo de vírus tipicamente associado a resfriados comuns) para fornecer uma versão modificada da IL-12 – uma das proteínas mais potentes de reforço imunológico.
A IL-12 demonstrou enorme potencial na inibição do crescimento tumoral, mas pode ser extremamente tóxica em sua forma natural. Para superar isso, a equipe projetou uma versão que restringe sua liberação, tendo como limite a área ao redor do tumor e impedindo que ela se acumule em altos níveis por todo o corpo.
Este vírus aumenta os sinais positivos que encorajam o sistema imunológico a atacar o tumor, mas também pode ser pareado com tratamentos que bloqueiam a capacidade do tumor de suprimir o sistema imunológico
Resultados
Um dos pacientes que participaram do estudo alcançou a remissão completa do tumor, e outro paciente teve uma resposta parcial, com redução do tumor.
Os pesquisadores acreditam que o vírus Ad-TD-nsIL12 pode ser um candidato promissor para terapias combinadas, potencialmente trabalhando junto com outros tratamentos como a imunoterapia.
Após esses resultados iniciais, a equipe planeja progredir para estudos clínicos de fase II, quando a eficácia do tratamento poderá ser avaliada em um grupo maior de pacientes com glioblastoma. Além disso, os pesquisadores acreditam que este tratamento pode ser promissor em outros tipos de câncer.
Os resultados foram publicados na revista científica Nature Communications.
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Autores/Pesquisadores Citados
Instituições Citadas
Publicação
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