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Universidade Federal de Juiz de Fora
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Professora e pesquisadora brasileira da UFJF participa de estudo longitudinal na Espanha que avalia os efeitos do consumo da dieta mediterrânea e estilo de vida saudável sobre o risco de obesidade em crianças.
O estudo – multicêntrico, paralelo, randomizado e controlado – já teve início há cinco anos e deve comparar os resultados de obesidade em crianças do grupo controle e do grupo intervenção até 2030.
Um dos fatores que motivou o estudo foi a baixa adesão à Dieta Mediterrânea constatada na infância.
A Dra. Ana Paula Cândido, professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) tem participado, como pesquisadora, de um estudo longitudinal com previsão de término em 2030, com o objetivo de investigar os impactos da alimentação mediterrânea em crianças na Espanha.
Trata-se de um estudo clínico multicêntrico, paralelo, randomizado e controlado, realizado com um grupo de crianças de 3 a 6 anos (no início do estudo) e com risco de obesidade. O estudo é liderado pelo Dr. Luis Alberto Moreno Aznar, professor da Universidade de Zaragoza, na Espanha.
As crianças foram selecionadas em três cidades espanholas: Córdoba, Santiago de Compostela e Zaragoza, com o mesmo número de participantes em cada uma das cidades.
Para a pesquisa, foram separados dois grupos: o grupo controle, com crianças aleatoriamente selecionadas que recebem acompanhamento nas Unidades de Saúde, e o grupo de intervenção, cujas crianças recebem azeite de oliva extra virgem, pescado e orientações para prática de atividade física regular.
Nosso objetivo é avaliar o impacto na incidência de obesidade de uma intervenção baseada no estilo de vida saudável ainda na infância. A proposta é introduzir nessas crianças um padrão alimentar mediterrâneo e atividade física regular e comparar a incidência de obesidade com um grupo controle. O acompanhamento é anual e está no seu quinto ano desde o início da intervenção
A professora Ana Paula ficou durante um ano e meio na Espanha em seu pós-doutorado e está terminando a análise dos resultados no Brasil. Ela ficou responsável pela avaliação da presença de compostos fenólicos no organismo das crianças participantes.
“Pela verificação da presença de polifenóis na urina das crianças é possível saber se de fato aderiram à Dieta Mediterrânea. É feita uma avaliação com um questionário de 18 itens que mede a aderência à dieta Mediterrânea e são colhidas amostras de urina no início e após 12 meses, para detectar polifenóis e seus metabólitos derivados da microbiota intestinal, utilizando abordagem metabolômica”, explicou a pesquisadora.
Os compostos fenólicos estão entre os fitoquímicos mais importantes e abundantes das plantas e presentes em muitos alimentos e bebidas característicos da Dieta Mediterrânea, como azeite de oliva extravirgem, nozes, frutas, legumes e vinho.
O conhecimento científico atual aponta que os polifenóis e seus metabólitos estão associados a um menor risco de desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2 e que os polifenóis urinários estão relacionados com menores valores de pressão arterial sistólica e diastólica e com níveis elevados de colesterol HDL (o colesterol ‘bom’) em indivíduos que seguem a dieta mediterrânea.
Os pesquisadores também consideram a associação das concentrações de polifenóis a parâmetros antropométricos, como o Índice de Massa Corporal (IMC), perímetro da cintura e percentual de gordura corporal.
Um dos fatores que motivou o estudo foi a baixa adesão à Dieta Mediterrânea constatada na infância, sugerindo uma ingestão reduzida de compostos fenólicos e um provável risco futuro aumentado de obesidade.
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