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Estudo aponta quando tratamento da hanseníase pode falhar
30 de abril de 2025, 15:09

Fonte

Diélen Borges e Maria Carolina Maschio, Portal Comunica UFU

Publicação Original

Áreas

Análises Clínicas, Bioengenharia, Biomedicina, Bioquímica, Fisiologia, Modelagem Matemática, Ortopedia, Patologia, Simulação Computacional

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Resumo

Um estudo realizado com 80 pacientes combinou fatores que permitiram criar um modelo capaz de prever, com mais de 95% de precisão, a falência terapêutica do tratamento da hanseníase, possibilitando um acompanhamento personalizado e mais eficaz, com intervenções precoces.

A pesquisa foi coordenada pelo médico patologista Dr. Bruno de Carvalho Dornelas, que atua no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh) e orientada pela Dra. Isabela Maria Bernardes Goulart, professora da Faculdade de Medicina da UFU.

Os  80 participantes observados no estudo comparativo foram divididos em dois grupos: 40 participantes pacientes com falência terapêutica, com tempo médio de reaparecimento dos sinais clínicos de 13 meses após o término do tratamento; e 40 pacientes sem sinais de atividade da doença, com tempo médio de acompanhamento de 113 meses sem recidiva. Após o tratamento, foram analisados dados clínicos, laboratoriais, histopatológicos, sorológicos e moleculares.

Os principais achados foram: presença de granulomas espumosos, que são aglomerados de células de defesa que tentam conter a infecção; maior carga bacteriana e de anticorpos anti-PGL-I e presença do material genético da Mycobacterium leprae. A combinação de alguns desses achados elevou a probabilidade de falência terapêutica para mais de 95%.

A descoberta pode reduzir o número de recaídas e minimizar os danos causados pela patologia. O destaque da pesquisa é o uso de marcadores de exames de pele, sorológicos e moleculares para prever com alta precisão quais pacientes têm risco de falência terapêutica. Com isso, é possível intervir de forma mais rápida e eficaz, evitando a reincidência da doença e garantindo tratamentos mais seguros.

“O acompanhamento após o tratamento da hanseníase é realizado principalmente por observação clínica e, agora, é possível saber quais pacientes têm mais risco de voltar a precisar do tratamento, propor um acompanhamento com intervalos menores entre as consultas e garantir mais saúde e qualidade de vida a cada um deles”, destacou o Dr. Bruno Dornelas.

O médico patologista explicou que a proposta de identificar precocemente a falência do tratamento da hanseníase é essencial para evitar o reaparecimento da doença e acompanhar mais de perto quem tem mais chances de ter a doença novamente.

O estudo pode ajudar não somente pacientes no Brasil, mas em todo o mundo, por não precisar de tecnologias avançadas, mas somente uma alteração na rotina já realizada.

Os resultados foram publicados na revista científica BMC Infectious Diseases.

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Autores/Pesquisadores Citados

Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh)
Professora da Faculdade de Medicina da UFU

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