Leitura rápida

Especialista alerta para os riscos da fadiga visual devido ao uso excessivo de telas e dá dicas simples de prevenção
11 de outubro de 2025, 14:37

Fonte

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Publicação Original

Áreas

Fisiologia, Medicina, Oftalmologia, Saúde Mental, Saúde da Criança, Saúde do Idoso, Sono

Compartilhar

Resumo

Olhos secos ou com sensação de areia, visão embaçada, dor de cabeça, cansaço ocular, irritação, vermelhidão e até dor no pescoço ou nos ombros, devido à má postura, são alguns sinais de que a visão está sobrecarregada pelo uso excessivo de telas.

O Dr. Napoleão Sousa, oftalmologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), explicou que, quando rolamos a tela sem parar, os olhos fazem movimentos rápidos e constantes para acompanhar o conteúdo, o que exige muito esforço dos músculos oculares. “Além disso, tendemos a piscar menos enquanto fazemos isso, deixando os olhos mais secos e irritados, o que aumenta o desconforto”, ressaltou.

A fadiga visual digital pode afetar pessoas de todas as idades. Porém, o especialista destacou que adultos jovens e de meia-idade, que passam muitas horas trabalhando em computadores ou usando smartphones, tendem a sentir mais os sintomas. “Crianças também estão cada vez mais expostas, especialmente por meio de jogos e aulas on-line, o que preocupa, pois os olhos delas ainda estão em desenvolvimento”, alertou o oftalmologista.

Medidas simples podem ajudar a aliviar ou prevenir a fadiga visual. Entre elas: fazer pausas regulares; ajustar o brilho e o contraste da tela para não forçar os olhos; posicionar o monitor a cerca de 50 a 70 centímetros de distância e na altura dos olhos, ou ligeiramente abaixo; piscar com frequência para manter a hidratação ocular; usar lágrimas artificiais em caso de ressecamento; manter o ambiente bem iluminado (sem reflexos na tela); e ajustar o tamanho da fonte no celular ou computador para facilitar a leitura.

“A luz azul emitida pelas telas realmente tem impacto sobre a visão e o sono”, explicou o Dr. Napoleão Sousa. “Ela pode causar desconforto e, em exposições prolongadas, irritar a córnea e danificar os fotorreceptores da retina. Em relação ao sono, a luz azul é especialmente prejudicial à noite, pois inibe a produção de melatonina, o hormônio que ajuda a dormir, dificultando o relaxamento e prejudicando inclusive o aprendizado”, salientou.

Sobre os óculos com filtro de luz azul, o oftalmologista explica que eles podem ajudar a reduzir o desconforto ocular em quem passa longos períodos diante de telas. “Esses óculos filtram parte da luz azul, o que alivia os olhos e pode melhorar o conforto, mas seu uso não substitui as pausas e o cuidado com o tempo de exposição, especialmente no caso das crianças”, disse o especialista. “Para dormir melhor, o mais eficaz continua sendo evitar o uso de telas à noite”, completou.

O médico destaca que é importante procurar um oftalmologista quando os sintomas persistirem. “Se os sinais de fadiga visual não melhorarem com pausas e cuidados simples, ou se houver visão embaçada persistente, dor de cabeça frequente, visão dupla, vermelhidão ou dor nos olhos, é preciso buscar avaliação médica. Isso pode indicar a necessidade de correção visual, olho seco crônico ou até condições mais sérias, como glaucoma”, alertou.

Dicas

O especialista sugere que, a cada 20 minutos, os usuários de telas olhem para algo a mais de 5 metros por 20 segundos. Essa pausa ajuda a relaxar os músculos oculares e a reduzir o cansaço visual.

Outras dicas importantes são: ajustar a iluminação do ambiente para evitar reflexos;  usar o modo noturno nas telas para reduzir a luz azul à noite; piscar intencionalmente para manter os olhos hidratados;  manter boa postura para evitar tensão no pescoço e nos ombros; e beber água regularmente, pois a hidratação geral também beneficia os olhos.

Em suas publicações, o Portal SciAdvances tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal SciAdvances tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas. 

Autores/Pesquisadores Citados

Oftalmologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI)

Mais Informações

Notícias relacionadas

Universidade da Califórnia em Irvine

E-books relacionados

Rolar para cima