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Resumo
A Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é uma das condições alérgicas mais comuns na infância, especialmente nos primeiros dois anos de vida. Embora a maioria dos casos tenha evolução positiva ao longo dos anos, podendo desaparecer até a adolescência, há relatos em que a condição persiste até a vida adulta.
“A APLV é uma reação do sistema imunológico às proteínas presentes no leite de vaca, como a caseína e a beta-lactoglobulina. Ela é mais comum em bebês e crianças pequenas, mas pode, em casos mais raros, afetar também os adultos. Os sintomas variam: podem aparecer logo após o consumo, como coceiras na pele, inchaço nos lábios, vômitos e até dificuldade para respirar; ou podem surgir horas ou dias depois, com sinais como diarreia, sangue nas fezes, cólicas intensas ou constipação. Em adultos, os sintomas costumam ser mais leves, principalmente digestivos”, explicou a Dra. Manuela Dolinsky, professora da Faculdade de Nutrição e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O diagnóstico da APLV exige avaliação médica especializada, com histórico clínico detalhado e realização de testes específicos. O tratamento mais comum é a exclusão completa da proteína do leite da dieta da criança, substituindo-se o leite por fórmulas hipoalergênicas indicadas por pediatras e nutricionistas.
Segundo a professora, o principal cuidado é retirar totalmente o leite e seus derivados da alimentação: “O cuidado número um é garantir que a criança não consuma nenhuma forma de leite de vaca, mesmo escondida em alimentos industrializados. Por isso, é fundamental ler os rótulos com atenção”.
A especialista também destacou as alternativas: “Para os bebês, existem fórmulas especiais [hipoalergênicas], como as fórmulas extensamente hidrolisadas ou, nos casos mais graves, fórmulas à base de aminoácidos. É preciso garantir que a criança receba todos os nutrientes necessários para crescer com saúde, especialmente cálcio, vitamina D e proteínas. O acompanhamento com nutricionista é essencial nesse processo”.
“Bebidas vegetais fortificadas com cálcio, como as de arroz, aveia ou amêndoas, podem substituir o leite em receitas e no dia a dia (desde que não haja outras alergias associadas). Existem também queijos vegetais, iogurtes à base de coco, entre outros”, continuou a professora.
A professora Manuela Dolinsky também destacou a diferença entre APLV e intolerância à lactose: “Embora as duas condições estejam relacionadas ao consumo de leite, elas são bem diferentes. A APLV é uma resposta do sistema imunológico às proteínas do leite e pode causar reações graves. Já a intolerância à lactose é causada pela dificuldade do organismo em digerir o açúcar do leite, chamado lactose, e provoca sintomas como gases, inchaço e diarreia. Ou seja, uma é uma alergia, e a outra, uma intolerância alimentar”.
Por fim, a especialista destacou as principais orientações em casos de manifestação da alergia: “Em casos graves, como a anafilaxia, que é uma reação alérgica intensa e potencialmente fatal, é fundamental agir rápido. A primeira medida é aplicar adrenalina (se prescrita) e buscar atendimento de emergência imediatamente. Quem tem APLV deve ter um plano de ação definido com o médico, e a família, escola e cuidadores precisam estar bem informados sobre como agir em situações de emergência”.
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